Desapego de CDs: Uma reflexão sobre a era do streaming e o excesso de conteúdo musical

Em tempos de mudança de ano, buscamos sempre renovar nossos propósitos, desapegar do que já não nos serve mais e fazer espaço para o novo. Este é o dilema de muitas pessoas quando se deparam com antigas coleções de CDs, como é o caso do autor deste texto.

Com as prateleiras da casa ainda repletas de CDs, o autor reflete sobre a dificuldade de se desfazer de sua coleção. Afinal, para alguém com deficiência visual, como ele, a tarefa de ouvir os discos se torna complexa. A necessidade de pedir a leitura das capas para alguém ou de utilizar aplicativos de reconhecimento de imagens torna a experiência de ouvir música a partir dos CDs bastante desafiadora.

Diante desse cenário, a opção pelos serviços de streaming se torna a mais prática e acessível para o autor. Seu aparelho de som, antes utilizado para ouvir os discos, agora serve apenas como um depósito de poeira. A tentativa de diminuir o acúmulo de CDs ao longo dos anos não obteve muito sucesso, pois as histórias e memórias ligadas a cada álbum tornam a tarefa de desapegar ainda mais difícil.

O autor mergulha em lembranças da época em que cada CD se tornava sua companhia por semanas ou meses, período em que ele estudava, viajava e fazia as refeições na companhia da música. Com a chegada das plataformas de streaming, a oferta de conteúdo se tornou infinita, o que leva o autor a refletir sobre as dificuldades de escolha e a constante busca pela próxima novidade, sem a devida concentração.

Essa abundância de conteúdo não se limita apenas à música, mas também inclui filmes, séries, podcasts, entre outros. A reflexão sobre a falta de tempo para absorver as informações de forma adequada, tanto na música quanto em outros meios, é um ponto central do texto. A experiência de assistir a um show de Paul McCartney se torna um momento de atenção exclusiva, algo raro na era do excesso de conteúdo.

No final, o autor expressa o desejo de que, no ano que se inicia, todos possam aproveitar com calma e atenção aquilo que enriquece suas almas e lhes traz alegria. Mais do que simplesmente guardar relíquias, o objetivo é cultivar hábitos que proporcionem uma experiência mais significativa e enriquecedora.

Portanto, desapegar dos CDs e adotar novos hábitos que permitam desfrutar de uma variedade ilimitada de conteúdo de forma mais atenta e apreciativa é o desafio proposto para o próximo ano. Ao invés de simplesmente acumular, o autor busca reavivar a experiência genuína de apreciar a música e outros conteúdos de forma mais profunda e consciente. Este é o caminho que ele e muitos outros podem seguir para encontrar um equilíbrio entre a abundância de opções e a capacidade de vivenciar plenamente aquilo que realmente importa.

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