De acordo com as declarações feitas à Deutsche Welle, a África do Sul está acusando Israel de genocídio com base na Convenção sobre o Genocídio, da qual ambos os países são signatários.
Ran Greenstein, analista político da Universidade de Witwatersrand em Johanesburgo, afirma que a África do Sul é um dos países africanos que mais apoia a causa palestina. Ele alega que muitos sul-africanos se identificam com a luta palestina devido às experiências semelhantes que vivenciaram durante o apartheid.
O termo genocídio foi definido como a intenção de exterminar um grupo de pessoas, tendo sido cunhado pela primeira vez durante o Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial. O advogado Raphael Lemkin, um sobrevivente do Holocausto, definiu o conceito em 1943, em resposta ao assassinato sistemático e em massa de judeus pela Alemanha nazista de Adolf Hitler.
Lemkin fez campanha para que o genocídio fosse reconhecido como crime pela legislação internacional, o que resultou na aprovação da Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio em 1948.
De acordo com a definição da ONU, genocídio inclui a prática de assassinar membros de um grupo, infligir sérios danos físicos ou psicológicos aos mesmos, criar condições que ameacem a vida de membros do grupo, implementar medidas para impedir nascimentos no seio do grupo e a transferência forçada de crianças para outro grupo.
A acusação da África do Sul contra Israel é um precedente importante, uma vez que envolve a aplicação da Convenção sobre o Genocídio em um contexto atual. A comunidade internacional agora aguarda para ver quais serão as consequências e desdobramentos dessa denúncia, especialmente considerando a influência e o impacto que países signatários podem ter na questão. A contínua atenção e debate em torno desta questão certamente levantarão questões fundamentais sobre os direitos humanos e a proteção de minorias em conflitos internacionais.