Estação de esqui mais alta do mundo, Chacaltaya, é desativada por completo por causa de mudanças climáticas.

Chacaltaya, na Bolívia, é considerada a estação de esqui mais alta do mundo, localizada a uma altitude de 5421 metros, acima até do campo base do Everest. O local já foi um grande atrativo para estrangeiros e bolivianos que buscavam aproveitar as férias. No entanto, as visitas ao local foram deixadas de lado depois que o lugar foi desativado devido às mudanças climáticas, que resultaram no recuo da geleira que fazia parte da área onde a estação de esqui ficava, chegando ao ponto de não ter mais neve suficiente para a prática do esporte.

O fenômeno é considerado preocupante devido ao aquecimento global, que tem causado um aumento das temperaturas próximas aos polos do planeta e nas altas montanhas. De acordo com estudiosos, a neve tende a ser permanente nessa altitude, o que torna o derretimento do glaciar um sinal emblemático das alterações climáticas.

O derretimento do glaciar pegou os cientistas de surpresa, pois, embora eles já tivessem previsto o desaparecimento da neve para o ano de 2015, o evento ocorreu seis anos antes, em 2009. Atualmente, o local está praticamente abandonado e atrai apenas quem deseja saber sobre a sua história ou é adepto de caminhadas mais intensas.

Na década de 1990, Chacaltaya recebia turistas do exterior que iam visitar a Bolívia e aproveitavam para esquiar, principalmente turistas de origem francesa, alemã e americana. Porém, os visitantes diminuíram significativamente com o recuo da geleira e a falta de neve para a prática do esporte. A estação foi desativada em 2009 e desde então o local se tornou praticamente deserto.

Segundo especialistas, o derretimento das geleiras nas montanhas devido ao aquecimento global afeta diretamente o abastecimento de água para a população, causando impactos sociais e econômicos significativos. Além disso, o derretimento contribui para a proliferação de novos microorganismos que emitem gases nocivos ao planeta.

Para recuperar o gelo nas montanhas afetadas pelo aquecimento global e frear o aumento das temperaturas, será preciso um trabalho de anos. As previsões de institutos e especialistas que estudam essas alterações no planeta não são as mais otimistas, pois a última década foi a mais quente do que qualquer período nos últimos 125 mil anos.

Diante desse cenário, a urgência em abordar e lidar com as mudanças climáticas é crucial para evitar consequências ainda mais graves no futuro. No entanto, nem todos os países estão tratando a questão com a devida urgência, o que tende a agravar a situação nas próximas décadas. A preocupação com a segurança energética, em detrimento das mudanças climáticas, é uma realidade observada em diversas cúpulas internacionais e desperta a necessidade de um comprometimento global com fontes de energia limpa e práticas sustentáveis.