O helicóptero estava prestando serviços para a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) no Amapá e norte do Pará. O último registro da aeronave foi na região do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que possui uma área de 3,8 milhões de hectares, abrangendo o norte do Pará e o oeste do Amapá.
No helicóptero estavam o engenheiro da Funai José Francisco Vieira, o comandante da aeronave, tenente-coronel Josilei Gonçalves de Freitas, e o mecânico Gabriel, de acordo com informações divulgadas pela Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) e pela Funai.
A equipe estava realizando uma inspeção de pistas de pouso na região do parque, que faz divisa com o Suriname e acompanha o limite da Terra Indígena Parque do Tumucumaque, de acordo com o decreto de criação da unidade de conservação. Nessa região, vivem indígenas isolados de quatro etnias, totalizando cerca de 2.800 indígenas, segundo o Instituto Socioambiental (ISA).
O governador do Amapá afirmou: “A nossa felicidade é saber que todos estão bem, estão com vida, tranquilizando os familiares dos três tripulantes. Já entrei em contato com o governador Helder, do Pará, para a realização do salvamento. Está saindo uma aeronave de Tiriós e outra daqui de Macapá até o local, para fazer o resgate. Nós vamos aguardá-los com todo aparato necessário, equipe médica e ambulância”.
Segundo o governo do Amapá, os tripulantes estão próximos ao Rio Iratapuru, a aproximadamente 70 quilômetros do município de Pedra Branca do Amapari, que fica na região central do estado. Equipes da secretaria de Saúde, do Hospital de Emergência e do Hospital das Clínicas Dr. Alberto Lima estão aguardando a conclusão do resgate na capital do Amapá.
Os trabalhos de busca estão sendo acompanhados pela Sesai do Ministério da Saúde e pela Funai. O helicóptero pertence à empresa Sagres, contratada pelo DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) do Amapá e norte do Pará, conforme informaram os órgãos do governo federal.
Cabe ressaltar que o helicóptero desaparecido não tinha autorização para o comércio de serviços aéreos e transporte de passageiros, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A aeronave tinha registro negado para táxi aéreo e sua categoria era para serviço aéreo privado.
A empresa Sagres Táxi Aéreo, sediada em Brasília, foi contratada pelo DSEI por dispensa de licitação. O valor do contrato, que estava em vigor até o último dia 15, era de R$ 5,7 milhões. Segundo informações do portal da transparência do governo federal, a Sagres já recebeu R$ 5,8 milhões da União.
A Sesai está investigando possíveis irregularidades relacionadas à aeronave e afirmou que “não pactua com esse tipo de conduta”. O Ministério da Saúde informou que tomará as providências necessárias caso a irregularidade seja confirmada.
A Folha de S.Paulo questionou a Sagres a respeito das condições do helicóptero, do contrato e do desaparecimento, mas não obteve resposta até o momento.