A condenação dos traficantes foi emitida pela 1ª Vara Criminal de Belford Roxo e detalha as torturas sofridas por Leandro, que foi espancado violentamente pelos criminosos. As marcas físicas e as consequências psicológicas da agressão permanecerão com a vítima pelo resto de sua vida, segundo a sentença. Além disso, Leandro e sua família, amedrontados, tiveram que abandonar sua casa e seus pertences com medo por suas vidas.
O episódio de tortura foi marcado pela postagem dos traficantes em redes sociais, como uma forma de intimidação aos demais moradores da comunidade. O documento judicial destacou ainda a fotografia de Leandro extremamente debilitado após as agressões, que foi divulgada com a informação de que ele seria o responsável pelo desaparecimento das crianças. A tentativa de imputar a culpa a Leandro e a exposição de sua imagem tinham o claro propósito de promover os atos do grupo e demonstrar a punição aplicada a quem não cumpria as regras impostas pela facção criminosa.
Durante o episódio de tortura, Leandro foi levado até a delegacia pelos traficantes, com o objetivo de que ele confessasse o crime para a polícia. A vítima relatou que foi sequestrada em casa por cerca de 20 traficantes armados, submetida a espancamento com pedras, pauladas, coronhadas, mordidas e queimaduras.
Os traficantes condenados enfrentarão penas de prisão. Ruan Igor Andrade de Sales, conhecido como “Melancia”; Victor Hugo dos Santos Goulart, o “Vitinho”; Anderson Luís da Silva, o “Bambam”; Marcelo Ribeiro Fidelis, o “Petróleo”; e Jurandir Figueiredo Neto receberam penas de 12 anos em regime inicialmente fechado. Já Luiz Alberto de Souza Prata e Welber Henry Jerônimo foram condenados a nove anos e oito meses, também em regime fechado. Jurandir terá a possibilidade de recorrer em liberdade.
O juiz da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo atendeu a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e tornou réus oito acusados de envolvimento nas mortes dos três meninos, que, segundo a denúncia, foram torturados por terem furtado um passarinho na comunidade. Apesar das buscas realizadas pela Polícia Civil e pelo Corpo de Bombeiros, os corpos nunca foram encontrados. O episódio traz à tona, mais uma vez, a crueldade dos crimes cometidos por facções criminosas e a necessidade de combater de forma efetiva a atuação desses grupos.






