O caso teve início em março, quando as duas tiveram a identificação da mala trocada no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e foram presas em Frankfurt. Elas permaneceram presas por 38 dias até serem liberadas após a comprovação de sua inocência. O caso chamou a atenção e se tornou alvo da Operação Iraúna, da Polícia Federal em Goiás, que prendeu seis suspeitos de participarem do esquema que troca etiquetas de bagagens para enviar drogas ao exterior.
De acordo com as autoridades, os criminosos retiravam aleatoriamente etiquetas de bagagens despachadas e as colocavam em malas que continham drogas. A quadrilha já era conhecida pela PF, que investigava o esquema desde 2019, e há suspeita de ligação com a facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
A advogada das brasileiras informou que vai entrar com pedido de indenização contra todos os envolvidos no crime que vitimou Kátyna e Jeanne. Ela afirmou que a ação de indenização será movida contra o governo alemão e as empresas GOL e Dnata, que tiveram um dos seus empregados envolvidos diretamente no crime internacional de tráfico de drogas no aeroporto de Guarulhos.
Segundo a PF, as malas das brasileiras foram conferidas e separadas da esteira por dois funcionários, que retiraram a identificação e deixaram apenas uma etiqueta com o peso das bagagens. Posteriormente, um funcionário na área de bagagens de viagens internacionais colocou as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne nas bagagens com drogas, aproveitando-se de um ponto cego das câmeras. Todas as malas seguiram no voo para a Alemanha.
A Polícia Federal realizou operações que resultaram na prisão de dezenas de integrantes da quadrilha de troca de etiquetas. Entre os alvos estavam funcionários terceirizados do Aeroporto de Guarulhos. As empresas GOL e Dnata foram procuradas pela reportagem, mas não enviaram posicionamento até o momento.