Polícia Federal apura ligação de deputada e prefeito do Rio com milícia em reunião de transporte alternativoUICollectionView

O envolvimento de políticos com milícias criminosas é algo que preocupa a população e as autoridades, e uma investigação da Polícia Federal trouxe à tona recentemente mais um caso desse tipo. De acordo com as mensagens encontradas no celular de um homem suspeito de integrar a maior milícia do Rio de Janeiro, a organização criminosa teria patrocinado a estrutura usada em uma reunião entre a deputada estadual Lucinha, o prefeito Eduardo Paes e motoristas de van da zona oeste da cidade.

A investigação aponta que a milícia forneceu lona, cadeiras e motoristas para participarem do encontro, que ocorreu em setembro de 2021. Além disso, aponta-se que a deputada atuou para manter uma regra do transporte alternativo que beneficiava a milícia, com o prefeito Eduardo Paes não sendo investigado neste momento.

O homem em questão, Domício Barbosa de Sousa, é suspeito de fazer parte da milícia comandada por Luiz Antônio Braga, conhecido como Zinho, líder da organização criminosa atuante principalmente na zona oeste do Rio de Janeiro.

A deputada não foi localizada para comentar, e o processo segue sob sigilo, o que impossibilita saber quem está a defendendo. A prefeitura do Rio de Janeiro emitiu uma nota afirmando que “toda e qualquer decisão sobre o sistema STPL [transporte alternativo] é feita de forma uniforme na cidade” e que “não há qualquer interferência política nas decisões tomadas sobre o tema.”

Lucinha foi afastada do cargo por decisão do desembargador Benedicto Abicair, do Órgão Especial, foro do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que analisa acusações contra deputados estaduais. Ela é suspeita de atuar em favor do “bonde do Zinho”.

O nome da deputada surgiu na investigação a partir da quebra de sigilo de Domício, e segundo a Procuradoria-Geral de Justiça, o miliciano se encontrou com Lucinha e uma de suas assessoras pelo menos 15 vezes ao longo de 2021.

As mensagens encontradas sugerem que Lucinha não tinha conhecimento da regra do transporte alternativo e também não buscou informações sobre ela, agindo de acordo com os interesses de Domício. Nas mensagens, Lucinha questiona Domício sobre detalhes da reunião e pede que ele oriente os presentes a baterem palmas quando ela falar em defesa do transporte alternativo.

A polícia afirma ainda, com base nas mensagens, que a deputada organizou uma reunião no gabinete de Paes na prefeitura com motoristas indicados por Domício, além de ter atuado em favor de milicianos presos e de tentar interferir na nomeação do então comandante do 27º Batalhão da PM.

Em resumo, as mensagens encontradas no celular de Domício Barbosa de Sousa trazem à tona suspeitas de envolvimento da deputada Lucinha com a milícia e revelam uma possível relação promíscua com interesses políticos e criminosos. A investigação continua e promete trazer à tona mais informações sobre este caso que tem causado consternação na sociedade carioca.

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