O economista apontou uma mudança na composição do crescimento do varejo, com segmentos que dependem de crédito tendo um desempenho ruim em 2023. Enquanto o volume de vendas do comércio em geral está crescendo 1,6% este ano, os segmentos que dependem de crédito, como materiais de construção e vestuário, tiveram uma queda significativa nas vendas.
No entanto, Bentes observou que os segmentos que envolvem consumo essencial, como supermercados, estão apresentando um crescimento de 4,9%, enquanto os setores de combustíveis e farmácias também registraram um aumento nas vendas. Em relação à empregabilidade, o economista destacou que a flexibilização da política monetária, com a redução da taxa básica de juros (Selic), tende a equilibrar o crescimento do emprego no comércio em 2024.
No setor de serviços, a previsão é de uma expansão de 2,7% em 2024, em comparação com os 2,9% estimados para este ano. O setor de turismo também deve apresentar um crescimento menor no próximo ano, com uma estimativa de 2,1% de expansão. Bentes ressaltou que, apesar do desempenho positivo do setor de turismo nos últimos anos, com a geração de empregos formais, a expectativa é de um crescimento mais moderado em 2024.
Em relação aos salários, Bentes observou que houve um aumento real na remuneração em vários setores, como comércio, agropecuária e indústria. Ele destacou que o salário médio de admissão vem subindo entre 6% e 10% no comércio, o que representa um ganho real em relação à inflação. No entanto, alguns segmentos do setor de turismo não tiveram ganho real no salário médio de admissão.
Por fim, o economista explicou que a massa de rendimento do mercado de trabalho no Brasil cresceu 5% acima da inflação no terceiro trimestre deste ano, mais por conta do aumento da renda do que do crescimento da ocupação. Ele ressaltou que a massa de rendimento está crescendo mais devido à desaceleração dos preços do que à abertura de novos postos de trabalho. Em resumo, as previsões para o varejo e o mercado de trabalho apontam para um crescimento mais moderado em 2024, com mudanças na composição do crescimento e ganhos reais na remuneração em alguns setores.