Durante a conversa com uma pessoa próxima identificada apenas como “Mestrão”, o contato informou ao senador que o “coro está comendo” nas redes sociais devido às imagens que circularam na internet mostrando Moro abraçado e aos risos com Dino. Feito o alerta, Mestrão tentou tranquilizar o senador, dizendo que “fica frio que ja ja passa (sic)”. No entanto, ele também orientou o parlamentar a não expor o voto, alertando que “não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando”.
Diante disso, Moro respondeu: “Blz (beleza). Vou manter meu voto secreto, eh um instrumento de proteção contra retaliação (sic)”. Durante a sabatina na CCJ, o senador ironizou a repercussão negativa das fotos em que aparece aos risos com Dino.
Além do alerta em relação ao voto, a conversa entre Moro e “Mestrão” também abordou questões políticas e alianças. Mestrão informou a Moro que o advogado do PT no processo em que o partido pede a cassação de Moro é sócio do “DG (Diretor Geral) da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), braço direito do (Ademar) Traiano (presidente da Alep)”. O deputado estadual Traiano enfrenta uma série de denúncias de corrupção feitas pelo deputado Renato Freitas (PT-PR).
Procurado para comentar sobre a conversa, Moro informou, por meio da assessoria, que a sugestão em relação ao voto foi feita apenas porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após seu cumprimento ao ministro Dino. Ele destacou que iria manter o sigilo do voto como forma de proteção contra retaliação, mas não revelou a identidade de “Mestrão”.
Com a indicação de Dino para o STF tendo 47 votos a favor e 31 contra, o cenário político no Senado continua sendo pauta para discussões e análises entre os parlamentares e seus aliados. Este episódio envolvendo Moro e a repercussão de sua interação com Dino certamente terá consequências no âmbito político, mostrando as nuances e tensões presentes no ambiente legislativo brasileiro.