O trecho do terceiro rascunho que trata dos combustíveis fósseis aponta para a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases do efeito estufa, sugerindo medidas como triplicar a capacidade de energia renovável a nível mundial e acelerar os esforços para criar sistemas com emissões líquidas zero com utilização de combustíveis com zero carbono.
Outra medida prevista é a redução do consumo e da produção de combustíveis fósseis, “de forma justa, ordenada e equitativa de modo a atingir zero emissões líquidas até, antes ou por volta de 2050”. O novo texto foi criticado por instituições que atuam com políticas do clima, considerando que o mesmo “quebra as expectativas” ao não apresentar um cronograma claro e ambicioso para a transição energética e por não estabelecer medidas que os países devem adotar em vez de apenas propor opções.
A delegação brasileira ainda está avaliando o novo documento, mas a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, argumentou que o Brasil defende um texto que reduza a dependência dos combustíveis fósseis, e que essa redução seja liderada pelos países desenvolvidos. Ela ressaltou a importância de uma linguagem que acolha este tema e viabilize os meios para que os países desenvolvidos e em desenvolvimento sejam contemplados de forma justa.
Os gases do efeito estufa lançados na atmosfera vêm aumentando a temperatura do planeta desde a Revolução Industrial, principalmente por meio da queima de combustíveis fósseis. A questão climática tem gerado impactos significativos, como eventos extremos de calor, secas prolongadas e chuvas intensas. No Acordo de Paris, em 2015, os países se comprometeram a combater o aquecimento global, buscando limitá-lo a 1,5ºC acima dos níveis antes da revolução industrial.