Deputado estadual suspeito de liderar milícia em Feira de Santana é denunciado por lavagem de dinheiro e receptação de peças de carros.

A investigação que resultou na denúncia contra o deputado estadual Binho Galinha (Patriota-BA) chocou a população baiana, ao revelar a suposta liderança de uma milícia em Feira de Santana, a 109 km de Salvador. Além disso, o deputado é acusado de lavagem de dinheiro, receptação qualificada e agiotagem, crimes graves que levaram à sua prisão e de outros seis acusados na Operação El Patron, deflagrada em conjunto pelo Ministério Público estadual, Polícia Federal, Receita Federal e Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

A investigação, que teve início antes da eleição de Binho Galinha para o cargo de deputado estadual, incluiu a quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático dos envolvidos. No total, 15 pessoas foram denunciadas, incluindo o próprio deputado, seu filho João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano e sua esposa Mayana Cerqueira da Silva. Esta última foi solta após audiência de custódia e agora está com tornozeleira eletrônica.

A operação revelou que a loja de autopeças Tend Tudo, propriedade do deputado, era usada para encobrir as ações ilícitas, em particular a receptação de peças roubadas. A Polícia Federal constatou que a loja recebeu um valor considerável sem lastro suficiente de notas fiscais emitidas, o que levantou suspeitas de movimentação financeira incompatível com a receita bruta declarada pela empresa.

Outro ponto chocante da investigação foi a descoberta da suposta relação do deputado com o jogo do bicho, envolvendo sua esposa, filho, um policial e um suposto operador financeiro. A análise dos celulares dos denunciados apontou a armazenagem de documentos relativos ao jogo do bicho e transações financeiras provenientes da contravenção.

Além disso, a investigação revelou que Binho Galinha teria movimentado mais de R$ 15 milhões em descompasso com sua declaração de imposto de renda, além de possuir diversos imóveis sem lastro financeiro para sua aquisição.

Além do deputado, outras figuras importantes foram ligadas à operação, como Jorge Piano, apontado como operador financeiro do grupo, e Kleber Herculano de Jesus, conhecido como Compadre Charutinho, responsável pela aquisição de peças de veículos de origem ilícita para a loja de autopeças.

A Assembleia Legislativa da Bahia afirmou, em nota, que não foi informada sobre a operação e que seu Regimento Interno não prevê sanções a parlamentares durante investigações em curso.

O caso continua chocando a população baiana e levanta preocupações sobre a relação do deputado com atividades criminosas e a possibilidade de envolvimento de outros parlamentares. A sensação de indignação e surpresa diante de uma operação tão complexa e impactante permanece entre os cidadãos baianos.

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