Crise na Maceió over a mina de sal-gema coloca Braskem em evidência e levanta questões sobre responsabilidade ambiental.

A crise envolvendo a mina de exploração de sal-gema em Maceió tem gerado um grande impacto no Brasil, em especial na empresa petroquímica global Braskem. O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) multou a companhia em mais de R$ 72 milhões por problemas relacionados à mina 18, localizada no bairro do Mutange, em Maceió. O IMA-AL alega que a empresa precisa ser punida por danos ambientais, pelo risco de colapso da mina e pela omissão de informações relevantes.

A Braskem também foi retirada do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da Bolsa de Valores brasileira, a B3, devido à situação em Maceió. A empresa afirmou que está monitorando a situação 24 horas por dia e que a área ao redor da mina permanece isolada. No entanto, a velocidade de movimentação do solo diminuiu e não foram constatados novos tremores. A Agência de Classificação de Risco Fitch afirmou que a crise em Maceió ameaça os ratings da Braskem, sua capacidade de honrar dívidas e seu fluxo de caixa. A Fitch também alertou que a situação atual pode aumentar o número de ações judiciais contra a empresa e impactar sua capacidade de acessar aos mercados de capitais.

A Braskem responde a diversas ações judiciais pela situação em Maceió, incluindo ações civis públicas e ações individuais. A empresa já firmou alguns acordos com o Ministério Público e a Defensoria Pública, nos níveis estadual e federal, e desembolsou cerca de R$ 9,2 bilhões em compensações financeiras ao poder público e aos moradores locais desde 2020. A companhia também afirmou que apresentou mais de 19.000 propostas de compensação às famílias, das quais 18.533 foram aceitas e 17.828 foram pagas. No entanto, o custo final da situação ainda não pode ser previsto.

Essa crise também tem impactado a posição financeira da Braskem. As ações da empresa na B3 têm caído desde o início do novo capítulo da crise em Maceió. A empresa tem como principais acionistas a Novonor (antiga Odebrecht) e a Petrobras. No entanto, a empresa petrolífera estatal dos Emirados Árabes Unidos, a Adnoc, fez uma oferta para adquirir uma parte da participação da Novonor na Braskem. A oferta, no entanto, não parece ter empolgado as partes envolvidas.

É importante ressaltar que essa crise envolvendo a Braskem tem atraído a atenção de figuras políticas, ambientalistas e financeiras. A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, classificou o empreendimento em Maceió como “desastroso” e pediu maior rigor nos processos de licenciamento ambiental. Enquanto isso, a Braskem optou por cancelar sua participação na COP28, a Cúpula sobre Mudanças Climáticas, devido ao agravamento da crise em Maceió. A empresa também explicou seu histórico de exploração de sal-gema na região em seu site para investidores, afirmando que paralisou a atividade preventivamente em 2019 e começou a investir na aquisição de sal marinho de terceiros.

A crise em Maceió tem gerado incertezas não apenas para a Braskem, mas também para a população local e para os agentes envolvidos no setor financeiro. Com a situação ainda em desenvolvimento, o desenrolar dos eventos em torno da mina de sal-gema continua indefinido, trazendo desafios e preocupações para todos os envolvidos.

Portanto, é essencial seguir acompanhando de perto os desdobramentos dessa crise e as decisões estratégicas tomadas pela Braskem e pelos demais envolvidos, em especial as autoridades locais e relevantes no setor financeiro e ambiental. A resolução desse caso pode ter implicações significativas para o meio ambiente, as comunidades locais e o mercado de capitais.

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