Referendo na Venezuela aprova Essequibo como província, mas não resolve litígio com Guiana na CIJ das Nações Unidas.

O referendo realizado na Venezuela teve a participação de mais de 10,4 milhões de votantes, o que representa metade do eleitorado do país. O resultado foi esmagador, com mais de 95% dos votantes concordando que o Essequibo deveria se tornar uma província venezuelana. No entanto, é importante ressaltar que essa decisão não tem impacto direto no litígio que a Venezuela e a Guiana mantêm sobre a região na Corte Internacional de Justiça (CIJ), a mais alta instância judicial das Nações Unidas, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

Essa manobra do governo chavista veio como resposta à concessão feita pela Guiana, em outubro passado, para seis empresas petrolíferas, incluindo a americana Exxon e a francesa TotalEnergy, explorarem suas costas. Isso gerou protesto da Venezuela, que considera essas águas como pendentes por delimitar, desencadeando a convocação do referendo.

A disputa pelo território do Essequibo é antiga, com mais de um século de história. Trata-se de uma região de 160.000 km², rica em petróleo e minerais, administrada pela Guiana. No entanto, a descoberta de grandes reservas de petróleo na região pela companhia ExxoMobil reacendeu as tensões entre os dois países. A situação se agravou ainda mais após a Guiana conceder licitações a empresas estrangeiras e locais para explorar essas jazidas.

Diante desse cenário, o governo da Guiana afirmou que está “vigilante” em relação às medidas tomadas pela Venezuela. O procurador-geral guianês, Anil Nandlall, chegou a declarar que recorrerá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas se a disputa pelo Essequibo escalar.

A situação diplomática entre os dois países continua tensa e a questão territorial e de exploração de recursos naturais promete ser um ponto de conflito no futuro próximo. A comunidade internacional observa atentamente o desenrolar desse impasse, que envolve interesses geopolíticos e econômicos de grande relevância.

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