Durante o primeiro dia de debates, a Agência Brasil teve a oportunidade de entrevistar representantes de movimentos sociais que expressaram a importância da integração entre os povos sul-americanos como uma das prioridades da sociedade civil. Paula Goes, representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), enfatizou a necessidade de dar voz à sociedade na implementação de políticas e acordos, referindo-se especificamente ao acordo em negociação entre o Mercosul e a União Europeia. Ela defendeu a participação popular nos processos decisórios e a abertura e democraticidade dos mesmos.
Aline Costa, da Coalizão Negra Por Direitos, ressaltou a importância da articulação entre movimentos sociais internacionais, relacionando a trajetória histórica dos países sul-americanos como um ponto de unificação de desafios compartilhados. Ela defendeu a importância de políticas de reparação e políticas afirmativas, além da denúncia da violência do Estado.
Outra voz presente foi a de Judite Santos, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que enfatizou a importância da participação dos diversos movimentos sociais, que representam uma gama de interesses, no diálogo com o governo para a construção de uma integração proveniente da sociedade civil.
A ativista Paula Goes também abordou a necessidade de mais integração entre os movimentos dos países do continente, enfatizando que, apesar das diferenças, há muito mais que une do que separa os sul-americanos. Ela ressaltou a necessidade de uma união maior entre os movimentos sociais e os países latino-americanos para alcançar uma melhor paridade de forças.
Dessa forma, a Cúpula Social do Mercosul se mostrou como uma oportunidade fundamental para unir os movimentos sociais de diversos países em torno de interesses comuns, levantando demandas e propostas que representam a sociedade civil e visam uma integração sul-americana baseada na participação e colaboração entre as nações.