Investigação de Ativistas Revela Mais de Mil Possíveis Violações de Direitos Humanos no Regime Militar Chileno

Ativistas investigam violações de direitos humanos durante o regime militar chileno
Ativistas estão atualmente investigando mais de mil possíveis violações de direitos humanos que ocorreram durante o regime militar do Chile. Entre os casos em questão, está a participação do ex-comandante em chefe Juan Emilio Cheyre, que serviu de 2002 a 2006. Em 8 de julho de 2016, Cheyre foi preso por sua participação no infame esquadrão militar conhecido como Caravana da Morte, que realizou um programa de extermínio de militantes de esquerda em todo o país, resultando na morte de pelo menos 97 pessoas.

As acusações contra Cheyre estão relacionadas às atividades da caravana em 16 de outubro de 1973, quando quinze prisioneiros políticos foram sumariamente executados em La Serena. Na época, Cheyre atuava como assessor do comandante do regimento local, Ariosto Lapostol, que também foi preso e acusado pelo massacre. Lapostol, por sua vez, estava sob as ordens do general Sergio Arellano Stark, que faleceu no início deste ano aos 94 anos. Embora Arellano Stark tenha sido condenado por quatro assassinatos em 2008, ele não cumpriu pena de prisão devido à sua saúde debilitada.

O Chile foi palco de um movimento cultural radical liderado por figuras como o músico Jara, o poeta Pablo Neruda e o pintor Roberto Matta. As músicas de Jara eram caracterizadas pela combinação de linguagem revolucionária com referências ao trabalho, família, terra e religião, temas importantes para a população predominantemente católica do Chile.

Jara, no entanto, irritou os conservadores chilenos com o conteúdo de suas músicas. O golpe militar de 11 de setembro de 1973 pôs fim ao projeto socialista de Salvador Allende, que morreu no palácio presidencial. Após o golpe, o exército iniciou uma onda de assassinatos e o terror se espalhou pelo país. Muitas pessoas foram presas em campos de concentração improvisados, e qualquer pessoa associada à esquerda tornou-se alvo de ataques.

Uma investigação oficial do Chile realizada em 1991 sobre violações de direitos humanos determinou que Jara, detido por soldados em 12 de setembro de 1973, foi torturado e seu corpo foi encontrado com sinais de tortura e múltiplos ferimentos de bala nas proximidades do Cemitério Metropolitano.

Felizmente, a justiça seguiu seu curso, e Cheyre, além de suas acusações por violações de direitos humanos, enfrentou processos por dirigir embriagado resultando em feridos, e recebeu também condenações nos tribunais chilenos. Esses antecedentes levaram à suspensão de seu estatuto migratório e a um processo de expulsão dos Estados Unidos.

O legado de Jara e de outros ativistas continua a inspirar movimentos sociais em toda a América Latina. Suas lutas e suas músicas permanecem como um testemunho das lutas históricas do povo chileno por justiça e liberdade.

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