A possibilidade de abertura de uma cratera do tamanho do Maracanã em Maceió devido ao risco de desabamento da mina provocou a evacuação de cinco bairros inteiros, afetando quase 60 mil pessoas que tiveram que deixar suas casas, além do esvaziamento de um hospital e a decretação de situação de emergência pela prefeitura.
O embate político em decorrência dessa situação se dá em relação às responsabilidades pelo atendimento à população afetada. Enquanto o grupo de Lira e aliados, como o prefeito João Henrique Caldas (PL), pressionam pelo envolvimento do governo federal no suporte às vítimas, o governo Lula defende nos bastidores que as questões relativas às indenizações e auxílio para moradia dizem respeito à empresa e ao município.
Lira e seus aliados alegam que Maceió precisa de “amparo urgente” do governo federal e cobram ações federais para enfrentar o problema, particularmente na área de moradia. No entanto, o governo argumenta que a responsabilidade pelas indenizações e pela provisão de moradia deve ser arcada totalmente pela empresa e pelo município, que teriam agido com leniência em relação à Braskem.
O grupo de Lira, por sua vez, tenta jogar o governo federal no problema, enquanto o grupo de Renan Calheiros pressiona pela divulgação do acordo fechado entre Braskem e município, além de defender a instalação de uma CPI para investigar a questão.
O embate entre as partes revela um impasse sobre as responsabilidades e o apoio necessário para a população afetada, e todo esse contexto tem gerado tensão e pressão política em meio à iminência de uma tragédia ambiental na capital alagoana. A situação é acompanhada de perto pelas autoridades, que buscam prestar toda a assistência necessária à população e evitar um desastre de grandes proporções. A expectativa é que o governo federal e autoridades locais possam chegar a um consenso para enfrentar esse grave problema.