A Operação Condor foi uma aliança entre os serviços de inteligência de diversos países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia, com o objetivo de coordenar a repressão e eliminação de opositores políticos durante a década de 1970. O plano incluía a perseguição, sequestro, tortura e assassinato de dissidentes, sendo um dos capítulos mais sombrios da história da região.
O alerta feito pelos diplomatas americanos a Kissinger demonstra a ciência por parte do governo dos Estados Unidos sobre as ações repressivas que estavam sendo realizadas na América do Sul durante aquele período. No entanto, a decisão de arquivar as denúncias e não agir mostra a falta de interesse em intervir ou denunciar tais práticas, que infringiam os direitos humanos e a democracia.
A atitude de Kissinger em relação à Operação Condor tem sido alvo de críticas ao longo dos anos, gerando polêmica e questionamentos sobre o papel dos Estados Unidos na promoção e proteção dos direitos humanos ao redor do mundo. A negação em lidar com as denúncias e a falta de ação em relação às violações dos direitos fundamentais levantam questões éticas e morais em relação à política externa adotada naquela época.
A morte de Henry Kissinger, aos 100 anos, traz à tona novamente o debate sobre o seu legado e as controvérsias que envolvem a sua atuação no cenário internacional. A história da Operação Condor e o papel dos Estados Unidos naquele contexto continuam a suscitar reflexões e críticas, mantendo viva a discussão sobre as responsabilidades e o papel dos governos na defesa dos direitos humanos e da democracia.