Especialistas em direito sindical e de relações de trabalho explicam que a questão é política, mas que classificar a greve como abusiva não é tão simples. Existem diferentes interpretações sobre o que pode ou não ser reivindicado em protestos desta natureza.
De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), uma greve legítima é a que busca a garantia ou a criação de direitos, como reajuste salarial ou outras vantagens. No entanto, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) entende que os sindicatos podem organizar protestos com pautas que tenham efeito indireto sobre os direitos trabalhistas.
A greve envolve diversas categorias, incluindo metroviários, ferroviários, professores da rede pública, funcionários da Sabesp e da Fundação Casa. Eles pedem a suspensão dos projetos de privatização em curso no estado, como o da Sabesp.
A paralisação, confirmada para ocorrer das 0h às 23h59, resultou da ausência de acordo na reunião entre sindicalistas e secretários da gestão Tarcísio. Especialmente no caso dos metroviários, a greve vai contra uma decisão da Justiça do Trabalho, que determinou que funcionários do Metrô trabalhem com 80% da capacidade total nos horários de pico.
Essa será a terceira greve envolvendo metroviários neste ano. Nos dois casos anteriores, os trabalhadores descumpriram determinações judiciais contrárias à interrupção do serviço. O protesto sinaliza o descontentamento dos funcionários públicos em relação aos planos de privatização do governador, gerando tensão e desafios legais entre as partes envolvidas.
Dessa forma, a greve desencadeia um debate sobre as questões políticas e trabalhistas envolvidas, destacando a importância da liberdade de manifestação e organização dos sindicatos, ao mesmo tempo em que questiona os limites e o impacto das reivindicações sobre os serviços públicos e a população afetada.