A associação destacou a trajetória intelectual e profissional de Paulo Gonet, afirmando que o qualifica para exercer a função de forma independente e com o olhar na defesa dos valores essenciais da Constituição. No entanto, a ANPR reforçou que continuará sua luta pela institucionalização da lista tríplice para a escolha do Procurador-Geral da República.
Pela primeira vez, o presidente Lula não indicou um dos nomes apontados na lista tríplice enviada pela associação em junho deste ano. Ao comentar a escolha, Lula afirmou que a faria com mais critério, justificando que a atuação do Ministério Público na Operação Lava Jato fez com que perdesse a confiança no órgão.
De acordo com a Constituição, o presidente da República não é obrigado a seguir a lista da associação e pode escolher qualquer um dos subprocuradores em atividade para o comando do órgão. Gonet ocupará a vaga aberta com a saída de Augusto Aras, que encerrou o mandato no fim de setembro.
Paulo Gonet, de 57 anos, é subprocurador-geral da República e atual vice-procurador-geral Eleitoral, com 37 anos de carreira no Ministério Público. Seu nome, no entanto, enfrenta resistência de entidades jurídicas e movimentos sociais devido a posicionamentos contrários, como o apoio à política de cotas em universidades públicas e sua atuação na Comissão de Mortos e Desaparecidos na década de 1990.
A ANPR, mesmo desejando sucesso a Gonet, reforçou seu posicionamento em defesa da lista tríplice e da necessidade de uma escolha criteriosa para o cargo de Procurador-Geral da República. A nota da associação destaca a importância de se garantir a independência e a defesa da Constituição no exercício da função.