A primeira a depor foi Cintia Montino, associada do Sport Club Corinthians, que denunciou agressões verbais que sofreu, em áudio divulgado nas redes sociais, por Augusto Pereira Melo, candidato à presidência do clube. Cintia relatou os impactos que o áudio difamatório trouxe para sua vida, incluindo ameaças e o impacto emocional em seu filho. A vítima registrou Boletim de Ocorrência e está buscando medidas jurídicas para o caso.
Durante o depoimento, Cintia Montino afirmou que recebeu apoio do Corinthians e das associadas e da torcida feminina. O clube se comprometeu a tomar medidas ligadas à ética e o suporte foi considerado muito importante pela vítima.
Outra mulher que denunciou assédio no clube foi Susy Miranda Sanchez, conselheira do clube, que relatou episódios de gritos e ameaças de agressões físicas feitas por alguns conselheiros. Ao denunciar o caso para o conselho de ética dos conselheiros, a vítima enfrentou dificuldades emocionais, chegando a desenvolver depressão.
Representantes das Atléticas de Medicina das universidades São Camilo, Unifesp e Santa Casa também foram ouvidos, falaram sobre os atos obscenos e de importunação sexual durante o torneio Calomed. A Atlética Unifesp afirmou que não participou do torneio e que tem tomado medidas para coibir o assédio contra calouras.
Já a presidente da Atlética de Medicina do Centro Universitário São Camilo afirmou que a entidade promove somente trotes solidários com ações sociais e que existe outra entidade que realiza outros tipos de trotes. A vereadora Silvia da Bancada Feminista questionou a ação onde homens abaixaram as calças durante uma partida feminina de vôlei, e a presidente da Atlética São Camilo disse que os homens em questão não fazem parte da entidade.
A presidente da Comissão reforçou que o mundo não pode mais admitir ações de abuso contra as mulheres e ressaltou a importância da CPI na luta por respeito e igualdade de gênero.
Ao final da reunião, foi aprovado um requerimento para intimar a presidente da Atlética de Medicina da Unisa a prestar esclarecimentos sobre os ocorridos durante os jogos da Calomed. A presidente da Comissão destacou que a vinda da presidente na próxima reunião será coercitiva, caso não compareça voluntariamente.