O estudo, publicado na revista médica The Lancet, mostrou que as mortes relacionadas ao calor de pessoas com mais de 65 anos aumentaram em 85% desde a década de 1990. Além disso, pessoas nessa faixa etária agora estão sendo expostas ao dobro de dias de ondas de calor anualmente em comparação com o período de 1986 a 2005. A exposição ao calor extremo levou a perdas de renda de até US$ 863 bilhões em 2022 e 127 milhões de pessoas experimentaram insegurança alimentar moderada ou grave devido a ondas de calor e secas.
A pesquisadora Marina Romanello, da University College London, enfatizou que “perdemos anos preciosos de ação climática e isso teve um custo enorme para a saúde”. Ela ressaltou que a perda de vidas e o impacto experimentado pelas pessoas são irreversíveis.
O relatório também destacou que as mortes relacionadas à poluição do ar causada por combustíveis fósseis diminuíram 15% desde 2005, devido à redução na poluição relacionada ao carvão que entra na atmosfera. No entanto, o aumento da temperatura global pode resultar em um aumento de 370% nas mortes relacionadas ao calor até meados deste século.
O relatório também alertou para a necessidade de mais investimentos em pesquisa para avaliar os impactos reais na saúde das pessoas expostas aos riscos climáticos. O estudo ressaltou a importância de monitorar continuamente os efeitos das mudanças climáticas na saúde global e levantou a necessidade de adaptação dos sistemas de saúde e outras infraestruturas sociais.
O relatório provavelmente será discutido na COP 28, o encontro anual da ONU sobre mudanças climáticas, que acontece nas próximas semanas nos Emirados Árabes Unidos. Os dados apresentados no relatório são crucial para orientar políticas públicas e ações destinadas a mitigar os impactos das mudanças climáticas na saúde global.