Desembargadores do TJES garantem direito de paciente testemunha de Jeová negar transfusão de sangue por questões religiosas

Desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo proferiram uma decisão histórica nesta semana, ao determinar que um paciente testemunha de Jeová pode negar tratamento com transfusão de sangue com base em questões religiosas. A decisão, que traz teses vinculantes para casos futuros, levanta questões complexas sobre a liberdade religiosa e a proteção ao médico.

A decisão foi tomada após um paciente testemunha de Jeová se recusar a receber transfusão de sangue durante um tratamento médico. O hospital entrou com um pedido na justiça para obrigar o paciente a receber o tratamento, alegando que a transfusão era necessária para salvar a vida do mesmo. No entanto, os desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo entenderam que o direito à liberdade religiosa do paciente prevalece, desde que o paciente esteja consciente e lúcido para tomar a decisão.

A decisão levanta debates sobre o embate entre a liberdade religiosa e a ética médica. Por um lado, a liberdade religiosa é um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal, e negar a transfusão de sangue é uma escolha baseada em convicções religiosas do paciente. Por outro lado, a ética médica preconiza o dever de preservar a vida a todo custo, e a transfusão de sangue é considerada uma medida necessária para salvar vidas em alguns casos.

A decisão dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo estabelece um importante precedente para futuros casos envolvendo pacientes testemunhas de Jeová, e traz à tona a necessidade de um debate mais aprofundado sobre a relação entre liberdade religiosa e direitos do paciente. Além disso, a decisão também coloca em destaque a importância do respeito às convicções religiosas dos pacientes, mesmo que estas convicções possam entrar em conflito com a ética médica.

Dessa forma, a decisão dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo abre caminho para uma reflexão mais ampla sobre a garantia dos direitos individuais dos pacientes, respeitando suas crenças e convicções, ao mesmo tempo em que preserva a ética médica.

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