Segundo dados consolidados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no período entre agosto de 2022 e julho deste ano, foram desmatados 9.001 km² no bioma amazônico. Apesar do avanço representado por essa queda, especialistas alertam que os patamares de destruição ainda estão muito elevados.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que, embora o governo tenha conseguido reduzir o desmatamento em 42% nos meses de janeiro a julho, o país ainda enfrenta um grande desafio em relação à preservação da Amazônia. Ela ressaltou que a agenda de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas está atrasada não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
Além disso, a situação das queimadas no bioma preocupa, especialmente devido ao El Niño, que tem impactado as condições climáticas na região. O governo afirma ter aumentado em 18% o número de brigadistas e distribuído cerca de R$700 milhões em recursos para ajudar na crise de estiagem e queimadas no Amazonas. No entanto, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, admitiu que a estrutura de combate ao fogo não é suficiente.
Especialistas também apontam que a comunidade científica internacional já alertava há meses sobre as previsões de estiagem na Região Norte do Brasil a partir do segundo semestre, e criticam a falta de um planejamento estratégico do governo para mapear as áreas mais suscetíveis a queimadas. O secretário Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima, também afirmou que há um contexto de risco climático para o próximo ano.
Além disso, a taxa de desmatamento na Amazônia é um dos principais temas que serão discutidos na Cúpula do Clima (COP-28), que ocorrerá a partir do fim do mês nos Emirados Árabes Unidos. O Brasil será cobrado por suas promessas de preservação ambiental feitas nos últimos anos. No entanto, diante do cenário apresentado, especialistas acreditam que o país ainda enfrenta grandes desafios para alcançar a meta de desmatamento zero até 2030.
É evidente que a preservação da Amazônia continua sendo uma prioridade não só para o Brasil, mas para o mundo como um todo. A questão ambiental tem efeitos diretos na vida de milhões de pessoas, não só dentro da própria região, mas também em todo o mundo. A urgência em frear o desmatamento e combater as queimadas se faz cada vez mais presente, e cabe às autoridades a implementação de estratégias eficazes para garantir a preservação da maior floresta tropical do planeta.