Ativista francesa denuncia violência policial e ameaças de morte após lutar por justiça pelo irmão, vítima da brutalidade das forças de segurança.

O assassinato brutal de Adama Traoré, irmão da ativista Assa Traoré, em 2016, nas mãos da polícia francesa, foi o evento que mudou completamente a vida de Assa. A educadora rapidamente se tornou uma das vozes mais proeminentes no combate à violência policial na França, após pela dor da perda de seu irmão. O dia 19 de julho de 2016 não será esquecido, já que foi o dia em que Adama completou 24 anos e foi morto pela polícia durante uma detenção em sua cidade natal, Beaumont-sur-Oise.

Desde aquele trágico evento, Assa tem se mantido incansável em sua busca por justiça para o irmão e na luta contra a violência policial na França. Ela se tornou uma figura pública de destaque, mas também uma vítima de ataques e ameaças de morte, que, segundo ela, não foram respondidas de forma adequada pelo governo francês.

Apesar das ameaças, em 2020, Assa foi reconhecida pela revista americana Time como “guardiã do ano”, um título dedicado a pessoas que fizeram contribuições significativas à sociedade. A ativista também recebeu apoio da ONU, que pediu que o governo francês garantisse sua segurança diante das ameaças que vem sofrendo.

Assa se vê como uma vozes importantes contra a violência policial, mas também falou sobre o racismo sistêmico que ainda persiste em sociedades como a brasileira, francesa e americana. Ela destacou que a violência policial é resultado direto de um racismo institucional que remonta aos tempos da escravidão.

Com a chegada da notoriedade internacional no caso de Adama, o caso dele passou a ser comparado ao de George Floyd, nos Estados Unidos, que também foi morto pela polícia. Assa acredita que são símbolos como de seu irmão e de Floyd que podem trazer mudanças significativas para o futuro e abrir espaço para a humanização das vítimas de brutalidade policial.

Ela enfatizou a importância de contar as histórias das vítimas da violência policial para desafiar a narrativa de que essas pessoas são “raivosas, más e violentas”. Assa observou que é fundamental humanizar aqueles que perderam a vida em circunstâncias tão trágicas.

Além disso, a ativista criticou a esquerda por ser paternalista e não representar verdadeiramente as demandas das comunidades periféricas. Ela enfatizou a necessidade de as pessoas se unirem e continuarem a lutar por seus direitos, apesar da resistência que encontram.

O caso de Adama Traoré é um lembrete do impacto devastador da violência policial sobre as comunidades, e a luta de Assa e de tantos outros em casos semelhantes é um lembrete do longo caminho que ainda temos pela frente para alcançar a justiça e a igualdade reais.

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