TRT-15 determina reintegração de trabalhadores demitidos pela GM em São José dos Campos

Na última terça-feira (31), o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) determinou, em caráter liminar, que 839 trabalhadores da fábrica da General Motors (GM), em São José dos Campos, sejam reintegrados imediatamente. As demissões ocorreram no dia 21 de outubro, também nas fábricas da montadora em São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. Em resposta, os funcionários entraram em greve no dia 23 e decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (1º), pela continuidade da paralisação até que todos sejam reintegrados.

A decisão do desembargador João Alberto Alves Machado determina que os trabalhadores de São José dos Campos sejam reinseridos na folha de pagamentos, com a manutenção de todos os direitos e condições que tinham antes das demissões. Além disso, a liminar proíbe a empresa de demitir novos funcionários sem negociação prévia. Caso a GM descumpra a decisão, deverá pagar multa diária de R$ 1.000 por trabalhador dispensado ou não reintegrado.

O Sindicato dos Metalúrgicos informou que vai procurar a empresa ainda hoje para discutir o assunto. Segundo o sindicato, a GM demitiu um total de 1.245 funcionários nas plantas paulistas, sendo 839 em São José dos Campos, 300 em São Caetano e 105 em Mogi das Cruzes.

É importante destacar que a GM havia assinado um acordo de lay-off, que garantia estabilidade no emprego para todos os funcionários da fábrica até maio de 2024. Portanto, as demissões foram consideradas irregulares pelo sindicato.

No dia 21 de outubro, a montadora alegou que as demissões foram motivadas pela queda nas vendas e nas exportações, o que teria levado a empresa a realizar ajustes em seu quadro de funcionários. A GM afirmou que tomou medidas como lay-off, férias coletivas, days off e proposta de desligamento voluntário antes de efetuar as demissões.

Na última sexta-feira (27), ocorreu uma audiência na Seção de Dissídios Coletivos do TRT-15, onde representantes da GM e dos trabalhadores discutiram um acordo. As negociações não avançaram, mas a empresa se comprometeu a não promover mais dispensas até a próxima audiência, marcada para 8 de novembro.

A GM ainda não se pronunciou sobre a decisão judicial. A Agência Brasil entrou em contato com a montadora em busca de um posicionamento e aguarda retorno.

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