Os ministros Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia votaram a favor da inelegibilidade de Bolsonaro. Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes ainda precisam votar. Vale lembrar que o ex-presidente já havia sido declarado inelegível por oito anos pelo TSE no final de junho, por 5 votos a 2, devido a ataques e divulgação de mentiras sobre o sistema eleitoral.
Apesar de não ampliar a duração da inelegibilidade de Bolsonaro, o novo processo pode gerar multa e desgaste político, além de fornecer elementos para outras ações contra ele. O corregedor do TSE, Benedito Gonçalves, propôs uma multa de R$ 425 mil para Bolsonaro e de mais R$ 212 mil para Walter Braga Netto (PL), candidato a vice na chapa derrotada de Bolsonaro.
O processo em questão acusa Bolsonaro de abuso de poder político e econômico durante os atos do 7 de Setembro de 2022. Na ocasião, o ex-presidente pediu votos, reforçou discurso conservador, fez ameaças golpistas e teve declarações de tom machista. Os ministros que votaram a favor da inelegibilidade destacaram a apropriação simbólica da data cívica para transformá-la em ato eleitoral, com uso indevido de recursos públicos.
A contagem do prazo de oito anos de inelegibilidade tem início em 2022, o que significa que Bolsonaro estaria apto a se candidatar novamente apenas em 2030, aos 75 anos. Durante esse período, ele ficaria afastado de três eleições, incluindo a nacional de 2026.
O julgamento das ações contra Bolsonaro começou no dia 24 e analisou questionamentos sobre sua participação nas comemorações do Bicentenário da Independência em Brasília e no Rio de Janeiro. A defesa de Bolsonaro reclamou da celeridade das ações e afirmou que pedidos para ouvir testemunhas foram negados.
Essa é mais um capítulo da relação conturbada de Bolsonaro com o TSE e o ministro Alexandre de Moraes, que tem sido alvo de ataques constantes do ex-presidente. Bolsonaro já manifestou esperança por uma reviravolta no julgamento e afirmou se sentir injustiçado. Ele ainda pretende concorrer a cargos públicos no futuro, mesmo que fique inelegível.