Caso a condenação seja seguida pela maioria dos ministros, Bolsonaro poderá ser condenado à inelegibilidade por oito anos pela segunda vez. No entanto, vale ressaltar que o prazo de oito anos já está em vigor devido à primeira condenação e não será contado duas vezes, o que significa que Bolsonaro está impedido de participar de eleições até 2023.
Na sessão anterior do julgamento, os ministros Benedito Gonçalves e Floriano de Azevedo Marques votaram pela condenação de Bolsonaro. Além disso, Marques também proferiu voto para condenar Braga Netto à inelegibilidade. No entanto, o ministro Raul Araújo rejeitou a ação e discordou do relator, argumentando que a legislação eleitoral não impede a realização de comícios após atos oficiais.
O julgamento no TSE é resultado de três ações protocoladas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que defendem a inelegibilidade de Bolsonaro, além da aplicação de multa, pela acusação de utilização das comemorações oficiais do Bicentenário da Independência para promover sua candidatura à reeleição nas eleições de 2022.
Durante a primeira sessão do julgamento, a defesa de Bolsonaro alegou que o ex-presidente não utilizou as comemorações do 7 de setembro para promover sua candidatura. A defesa argumentou que Bolsonaro deixou o palanque oficial e foi até outra parte da Esplanada dos Ministérios, onde um carro de som estava preparado para a campanha, sem vinculação com o evento cívico.
O desfecho desse julgamento terá grandes repercussões políticas no cenário brasileiro. A condenação de Bolsonaro e até mesmo de Braga Netto poderá ter impacto direto nas próximas eleições e na possibilidade de os dois participarem como candidatos. Resta aguardar os votos dos quatro ministros restantes para conhecer o desfecho dessa decisão que já se arrasta há duas semanas.