María Corina Machado, integrante da ala mais radical da oposição a Nicolás Maduro, havia vencido as primárias. No entanto, ela foi impedida de concorrer a cargos públicos devido a supostas “irregularidades administrativas” cometidas durante seu mandato como deputada, entre 2011 e 2014.
O atual governo também alegou que as primárias foram marcadas por fraudes. Maduro e seu partido afirmam que o pleito ignorou protocolos eleitorais e inflou os números, atraindo mais de 2,3 milhões dos cerca de 29 milhões de venezuelanos para as urnas.
Agora, a comissão responsável pela organização da votação terá que apresentar todos os documentos relacionados ao pleito, incluindo registros dos candidatos e eleitores. Essa exigência busca apurar se houve de fato irregularidades ou fraudes no processo.
Essa suspensão do resultado das primárias pela Justiça venezuelana traz ainda mais tensão para o cenário político do país. A oposição já havia sido alvo de medidas repressivas por parte do governo de Maduro, com prisões de líderes políticos e restrições à liberdade de expressão.
Além disso, essa decisão judicial pode gerar desconfiança em relação à legitimidade do processo eleitoral, uma vez que a oposição tem sido alvo constante de perseguições políticas. Isso pode afetar a participação dos venezuelanos nas próximas eleições e aumentar o clima de incerteza política no país.
É importante ressaltar que a Justiça venezuelana é frequentemente criticada por sua falta de independência, sendo acusada de tomar decisões a favor do governo e em detrimento dos princípios democráticos.
A suspensão do resultado das primárias pela Suprema Corte da Venezuela coloca em xeque a credibilidade do processo eleitoral no país. A oposição e a comunidade internacional estarão atentas aos desdobramentos dessa decisão, que pode ter repercussões significativas para o futuro político da Venezuela.