Ministro Alexandre Padilha defende sintonia entre Lula e Haddad e nega falta de harmonia no governo

O ministro Alexandre Padilha, responsável pelas Relações Institucionais, defendeu hoje a existência de sintonia entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Estas declarações surgem depois de Lula ter afirmado que o governo federal não precisa perseguir a meta fiscal de déficit zero, ideia que era defendida por Haddad.

Padilha afirmou que aqueles que continuam especulando sobre a falta de sintonia entre Lula e Haddad vão perder dinheiro novamente. O ministro da Fazenda, por sua vez, declarou hoje de manhã que Lula está comprometido com a situação fiscal do país e não está sabotando a meta de zerar o déficit em 2024. Ele justifica as dificuldades em alcançar essa meta devido a problemas de arrecadação herdados de governos anteriores.

Na sexta-feira passada, durante um café da manhã com jornalistas, o presidente Lula afirmou que dificilmente o governo federal vai cumprir em 2024 a meta fiscal de déficit zero e acrescentou que essa não precisa ser a marca de sua gestão. Essa declaração vai de encontro ao que era defendido por Haddad e causou um grande impacto no mercado no dia.

A Bolsa brasileira despencou e o dólar subiu após as declarações de Lula. As taxas de contratos futuros de juros também avançaram. Lula argumentou que o mercado sabe que a meta de déficit zero não será alcançada, mas que os investidores são gananciosos.

“Muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que eles sabem que não vai ser cumprida. Então eu sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição, e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimentos de obras”, afirmou o presidente em resposta a questionamento da Folha.

Essa situação revela uma divergência de opiniões entre o presidente Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação à política fiscal do governo. Enquanto Haddad defende a busca pelo déficit zero, Lula demonstra que não considera essa meta essencial para sua gestão e não está disposto a fazer cortes em investimentos. Essas divergências têm impactado o mercado financeiro, como evidenciado pela queda da Bolsa e a alta do dólar. A falta de clareza em relação à política fiscal do governo também gera incertezas para os investidores. Resta acompanhar como essa disputa de ideias será conduzida e quais serão os desdobramentos para a economia do país.

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