Fundada em 1995 em um terreno de propriedade privada, a comunidade da Vila Bela abriga cerca de 60 mil pessoas, divididas em aproximadamente 6.500 famílias. Ao longo desses 30 anos, os moradores enfrentaram condições precárias de vida e risco de desastres naturais, já que o território apresenta riscos geológicos e hidrológicos, segundo a própria Prefeitura de São Paulo.
A falta de infraestrutura é um dos maiores problemas enfrentados pelos moradores. No bairro, quase todas as ruas são de terra, com trechos de entulhos e concreto, o que torna o acesso a transporte público e serviços básicos uma dificuldade. Creches, escolas e unidades de saúde estão concentradas em bairros vizinhos, como Carrãozinho e Conquista 1 e 2. Além disso, a região registra um déficit habitacional estimado em 369 mil domicílios.
Os donos da área, a SPE Sapopemba, questionam a ocupação na justiça desde 1995 e tentam retomar a posse do terreno. No entanto, diante do anúncio do prefeito Ricardo Nunes, a comunidade da Vila Bela comemorou a conquista e lançou o movimento “Vila Bela Pede Socorro”, espalhando cartazes pelo bairro e enviando mensagens de reivindicação ao prefeito, após terem descoberto seu telefone.
O processo de desapropriação, regularização fundiária e obras de infraestrutura ainda não têm um prazo definido para iniciar, mas o prefeito pediu paciência à população. Durante a visita do prefeito ao local, ele assinou um termo de autorização para que a Cohab (Companhia Metropolitana de São Paulo) dê início aos estudos de desapropriação por meio do programa DIS (Decreto de Declaração de Interesse Social).
Para os moradores, essa conquista é fruto da luta de toda a população, dos cartazes com a imagem do prefeito, da reportagem da Folha de S.Paulo e das mensagens enviadas pelo WhatsApp. A expectativa é que, após a regularização fundiária, as obras de infraestrutura, drenagem, asfalto e galeria sejam realizadas, possibilitando uma melhoria nas condições de moradia para os habitantes da Vila Bela.
Essa ação do prefeito Ricardo Nunes também é vista como uma estratégia política, já que ele pretende concorrer à reeleição no próximo ano. Além de Nunes, os deputados Guilherme Boulos, do PSOL, e Tabata Amaral, do PSB, também devem concorrer à prefeitura de São Paulo. A cidade tem um déficit habitacional estimado em 369 mil domicílios, o que evidencia a importância de políticas públicas voltadas para a regularização fundiária e habitação.