Eleições na Colômbia ocorrem sob aumento da insegurança e podem definir futuro do governo de Gustavo Petro

No próximo domingo (29), a Colômbia passará pela eleição de mais de 20 mil cargos, incluindo governadores, prefeitos, deputados e vereadores, em meio a um aumento da insegurança que tem dominado as campanhas eleitorais, especialmente em importantes cidades como Bogotá, Cali e Medellín.

Além disso, as eleições regionais também são vistas como um termômetro para o governo de Gustavo Petro, primeiro presidente de esquerda do país, que enfrenta várias crises em seu curto tempo de mandato. No entanto, especialistas afirmam que as disputas locais têm dinâmicas próprias e podem apresentar resultados distintos.

Em Bogotá, por exemplo, o tema do metrô tem sido objeto de discordância entre os candidatos. O liberal Carlos Fernando Galán quer seguir com a construção de um transporte elevado, enquanto o candidato governista, Gustavo Bolívar, deseja manter o plano original subterrâneo. Ambos competem com o independente Juan Daniel Oviedo.

Uma questão que permeia as eleições regionais é a preocupação com a insegurança. De acordo com pesquisas, o número de colombianos que se sentem inseguros aumentou de 44% para 53% entre 2021 e 2022. Apesar da taxa de homicídios se manter estável nos últimos anos, os furtos cresceram 23% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021.

Diante desse cenário, os candidatos têm focado suas campanhas no tema da segurança, propondo medidas como a instalação de câmeras nas ruas e o aumento do efetivo policial. Alguns chegam a prometer “megaprisões” nos moldes do presidente salvadorenho Nayib Bukele.

Além da insegurança, também preocupa o aumento de ameaças e episódios de violência contra políticos e jornalistas. A Missão de Observação Eleitoral contabilizou 179 casos contra candidatos até setembro deste ano, um aumento de 38% em relação a 2019. A Fundação para a Liberdade de Imprensa registrou 41 ataques durante o último mês e meio.

Gustavo Petro, por sua vez, enfrenta críticas pela piora do panorama da violência, apesar de seus esforços para negociar a paz com grupos como as dissidências das Farc. Além disso, sua popularidade tem caído devido à paralisação de grandes reformas propostas por ele, como as do sistema de saúde, trabalho, Previdência e Justiça, que não receberam apoio no Congresso.

Outro aspecto das eleições regionais são os conhecidos clãs familiares que continuam influentes na política do país. Partidos tradicionais como o Conservador, o Liberal e o Cambio Radical possuem forte presença em diferentes regiões, garantindo que essas famílias políticas mantenham seu poder.

No total, 39 milhões de eleitores colombianos escolherão governadores, deputados estaduais, prefeitos, vereadores e membros das Juntas Administrativas Locais, que governarão de 2024 a 2027. As urnas abrirão das 8h às 16h (horário local) e a contagem dos votos pode se estender até a meia-noite.

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