Pescadores encontram garrafa plástica da Copa do Mundo de 1998 na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro

Pescadores que atuam na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, recentemente fizeram uma descoberta surpreendente durante suas atividades. Eles encontraram uma garrafa plástica comemorativa da Copa do Mundo de 1998 na Ilha do Pontal, em São Gonçalo. Essa garrafa, que estava junto com o lixo de uma das praias da baía, foi recuperada por integrantes do projeto Águas da Guanabara, que se dedica a retirar resíduos sólidos jogados no mar.

A garrafa em questão, mesmo suja e coberta com cracas, ainda estava intacta e tinha seu rótulo preservado. Era possível ver a ilustração dos jogadores Dunga e Romário, que faziam parte dos brindes da Coca-Cola durante a Copa do Mundo. Na época, os interessados em colecionar os bonecos dos jogadores precisavam juntar tampinhas e pagar R$ 2 a mais em troca de um minicraque.

O pescador Rogério Antunes, responsável pela descoberta, ficou impressionado com a resistência da garrafa e observou que naquela época a Coca-Cola e outras empresas utilizavam um plástico mais resistente, semelhante às embalagens retornáveis. Atualmente, os plásticos são mais finos e menos duráveis.

Apenas duas décadas e meia após ter sido lançada, a garrafa foi encontrada na Ilha do Pontal, no início deste mês. Vale ressaltar que uma garrafa PET pode levar de 200 a 600 anos para se decompor, liberando substâncias tóxicas que contaminam a água quando jogadas no mar ou nos rios.

O projeto Águas da Guanabara tem como objetivo principal retirar o lixo da baía. Desde o início de 2022 até setembro deste ano, a iniciativa já conseguiu recolher aproximadamente 719 toneladas de resíduos sólidos. Somente em 2023, foram retiradas 317 toneladas de lixo. Segundo o projeto, a maior parte dos resíduos coletados tem origem industrial e é proveniente de mercadorias de bens de consumo não duráveis.

Os pescadores envolvidos no projeto estão empenhados em melhorar a qualidade do pescado da Baía de Guanabara, uma vez que suas vidas e o sustento de suas famílias dependem da pesca. Rogério Antunes, que faz parte da colônia de pescadores Z8, em Niterói, afirmou que dedica sua alma e coração a esse projeto.

O Águas da Guanabara é um projeto da Feperj (Federação dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro) e conta com a parceria dos pescadores da baía. Todo o lixo retirado da costa é encaminhado para as prefeituras locais, que são responsáveis por dar a devida destinação aos resíduos.

A descoberta dessa garrafa plástica comemorativa da Copa do Mundo de 1998 mostra a persistência dos resíduos no meio ambiente, assim como a importância de projetos como o Águas da Guanabara para minimizar os impactos causados pelo descarte inadequado de lixo. A conscientização sobre a preservação dos oceanos e a redução do uso de plásticos descartáveis são fundamentais para a saúde dos ecossistemas marinhos e a sustentabilidade das atividades pesqueiras.

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