Essa medida representa mais um ataque do governo de Ortega e de sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, às instituições religiosas no país. No mês de agosto, a Companhia de Jesus, ordem jesuíta da Igreja Católica, também teve sua personalidade jurídica cancelada. Além disso, a Universidad Centroamericana, fundada pela Companhia de Jesus em 1960, teve seus bens transferidos para o Estado e passou a ser gerida pelo regime.
A universidade, que anteriormente era conhecida como UCA, era uma instituição privada sem fins lucrativos. Apesar de cobrar mensalidades dos alunos, também oferecia bolsas de estudo e recebia parte do orçamento público direcionado ao ensino superior. A instituição era gerida pela ordem dos jesuítas, que também foi dissolvida pelo regime de Ortega.
A Nicarágua já fechou mais de 3.000 ONGs desde os protestos de 2018 contra o governo, que resultaram em mais de 300 mortes. Esses protestos geraram um desgaste na relação entre a Igreja Católica e o governo, com Ortega alegando que se tratava de uma tentativa de golpe de Estado promovida pelos Estados Unidos. Diversos religiosos foram incentivados a deixar o país e 12 padres foram enviados a Roma recentemente.
É importante destacar que a repressão contra opositores da ditadura nicaraguense tem sido denunciada por diversos países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia. O regime de Ortega tem sido alvo de críticas por sua postura autoritária e por atacar instituições religiosas e de ensino. A situação na Nicarágua continua tensa e exige atenção por parte da comunidade internacional.