Os problemas na circulação de veículos na zona oeste são resultados de ações violentas realizadas por milicianos, que incendiaram 35 ônibus na tarde de segunda-feira (23), como forma de reação à ação policial contra os membros dessa organização criminosa. Um homem, apontado como líder da quadrilha, foi morto.
Entretanto, o serviço de BRT (Bus Rapid Transit), que são ônibus expressos que circulam em vias exclusivas, conseguiu normalizar a operação no ramal Transoeste, que abrange os bairros afetados pelos ataques criminosos. Durante as primeiras horas do dia, o intervalo entre as viagens estava irregular, mas aos poucos a situação foi se estabilizando.
Além dos ônibus, os trens também foram alvo dos ataques. Uma composição foi atacada durante a noite e a circulação no ramal Santa Cruz, que atende a zona oeste, só teve intervalos regulares por volta das 9h. Embora as estações entre Santa Cruz e Campo Grande tenham sido reabertas, o início do tráfego ocorreu mais tarde do que o habitual, às 4h, e trens especiais e expressos que operam na região foram suspensos.
No que diz respeito às escolas da cidade, a Secretaria Municipal de Educação informou que 20 unidades estão fechadas nesta terça-feira. Já as escolas da rede estadual estão funcionando normalmente, porém, com uma baixa adesão dos alunos, de acordo com a secretaria. Na noite anterior, 12 escolas suspenderam as aulas nas áreas afetadas, afetando cerca de 2,9 mil estudantes.
Em relação ao estágio de normalidade da cidade, o Centro de Operações da prefeitura do Rio comunicou que ele foi retomado às 8h45 desta terça-feira. A cidade estava em estágio de mobilização desde às 23h15 do dia anterior, em virtude dos ataques. Vale lembrar que o Rio chegou a entrar em estágio de atenção às 18h40 de ontem. No estágio de normalidade, o primeiro em uma escala de cinco, não há ocorrências de grande impacto na cidade.
Em relação aos ataques e à morte do líder da quadrilha, a Rio Ônibus considera os acontecimentos como o maior ataque já realizado em um único dia contra a frota de ônibus da cidade. Ao todo, 35 coletivos foram incendiados entre a tarde e a noite de segunda-feira. A Supervia relatou que um trem que partia de Santa Cruz teve a cabine incendiada, mas os passageiros e o maquinista conseguiram desembarcar em segurança. Seis estações foram fechadas, tornando ainda mais complicado o retorno para casa dos moradores da zona oeste. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou que 12 pessoas foram presas e irão responder por terrorismo.
Diante desse cenário de violência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio ao estado do Rio por meio das redes sociais, afirmando que é necessário buscar soluções conjuntas para enfrentar o crime organizado. Ele ressaltou a importância de unir governadores, prefeitos e o governo federal para trabalharem juntos em busca de melhorias nas condições de vida das pessoas e na segurança pública. Lula também destacou que o governo não irá se esconder e que irá utilizar a estrutura dos ministérios da Justiça e da Defesa para ajudar no combate ao crime organizado e às milícias no Rio.
Por fim, o governador Cláudio Castro reforçou o empenho em responsabilizar os envolvidos nos ataques, afirmando que os presos irão responder por terrorismo. Até o momento, doze suspeitos foram detidos, sendo que seis foram liberados por falta de provas. A situação na cidade ainda é delicada, mas as autoridades estão trabalhando para garantir a segurança e a volta à normalidade.