Recentemente, um incidente ocorreu em um supermercado que chamou muita atenção. Um homem, desconhecido da vítima, apalpou uma mulher com malícia, o que resultou em um tumulto no estabelecimento. No entanto, após uma investigação mais aprofundada, descobriu-se que o agressor não era um assediador desavergonhado, mas sim um doente com câncer cerebral no córtex pré-frontal, que ainda não havia sido diagnosticado.
O córtex pré-frontal é uma região cerebral muito importante, responsável por organizar nossas interações com o mundo ao nosso redor, além de regular nossos impulsos e vontades. Ele está conectado a várias outras áreas cerebrais, formando uma extensa rede de influências.
A inibição, que é o controle das paixões e impulsos por meio do intelecto, está ligada a essa região do cérebro. Desde o século XVII, estudiosos como Descartes já mencionavam a importância do arbítrio e da consciência para exercer a inibição.
Apesar disso, descobriu-se que a inibição não depende apenas da consciência e do arbítrio, mas também de células cerebrais, como os neurônios, que podem inibir a atividade de outros neurônios e outras partes do corpo. Dessa forma, a inibição também é realizada em outras áreas cerebrais de forma mais macroscópica, como a inibição cognitiva e a inibição comportamental.
A inibição cognitiva é a capacidade de resistir a distrações e pensamentos inadequados, filtrando o que será memorizado e o que será descartado pelo cérebro. Já a inibição comportamental controla impulsos que vão contra as regras sociais e nos prepara para as mudanças no ambiente.
No caso do homem com câncer cerebral, a doença afetou sua capacidade de inibição, resultando em um comportamento inadequado e violento. No entanto, é importante ressaltar que nem todo ato de violência é resultado de uma perda de controle mental ou de uma doença. A agressão também pode ser um ato consciente e deliberado, mesmo em cérebros saudáveis.
Portanto, é necessário ter cautela ao relacionar um comportamento violento a um tumor cerebral. A neurociência ainda possui limitações e generalizações quando se trata do funcionamento do cérebro. Existem diversas explicações para o ocorrido no supermercado, e é importante considerar outras possibilidades antes de tirar conclusões precipitadas.
É fascinante observar como a volição e a inibição dançam dentro de nosso crânio, determinando nossos pensamentos e comportamentos. No entanto, também estamos cientes de que essa dança nem sempre dá certo, como podemos ver pelas provas destrutivas de agressão que presenciamos ao nosso redor.
Portanto, é essencial continuarmos estudando e compreendendo o funcionamento complexo do cérebro humano, a fim de identificar e tratar adequadamente doenças como o câncer cerebral, mas também para promover uma sociedade mais consciente e responsável.