Aumento de queixas contra UBS e AMAs/UBS Integradas da gestão do prefeito Ricardo Nunes atinge quase 20% desde 2021, revela Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde.

As queixas contra as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBS Integradas da gestão Ricardo Nunes (MDB) estão em constante aumento desde 2021, de acordo com dados obtidos pela Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde através da Lei de Acesso à Informação. Somente no primeiro semestre deste ano, as reclamações aumentaram quase 20%. A Secretaria Municipal da Saúde afirmou em nota que está ampliando o acesso aos serviços de saúde e entregando novos equipamentos, além de fiscalizar o trabalho das Organizações Sociais de Saúde (OSS) na gestão das unidades.

Em 2021, foram registradas 19.605 reclamações em 464 unidades. Já em 2023, esse número subiu para 23.495 reclamações em 465 unidades. A SMS também destacou que recebeu mais de 2.000 elogios no primeiro semestre de 2023. Atualmente, a cidade de São Paulo possui 67 AMAs/UBS Integradas e 470 UBS em funcionamento.

Um dos principais problemas apontados pelos usuários é a demora no atendimento. A espera longa, falta de profissionais e insatisfação com a qualidade do serviço são fatores que contribuíram para o aumento das reclamações. Segundo dados da Ouvidoria, a AMA/UBS Integrada Jardim Icaraí – Quintana, na zona sul da cidade, foi a unidade que recebeu o maior número de queixas neste ano.

Em entrevistas realizadas pela reportagem, usuários relataram suas experiências nas unidades de saúde. Uma mãe contou que teve que esperar várias horas para ser atendida com seu filho e que alguns funcionários foram ríspidos ao serem abordados com reclamações. Outro usuário afirmou que os médicos são ótimos, mas destacou a longa espera para o atendimento.

O aumento das reclamações coloca em evidência problemas na gestão das OSS e falhas na coordenação e fiscalização por parte da Secretaria Municipal da Saúde. O professor da Faculdade de Medicina da USP, Mário Scheffer, destacou que a alta rotatividade de profissionais, principalmente médicos, é um dos motivos das reclamações. Além disso, a contratação de médicos por meio de pessoas jurídicas pode piorar a qualidade do atendimento.

Diante desse cenário, é necessário que medidas sejam tomadas para melhorar a gestão das unidades de saúde e garantir um atendimento de qualidade aos usuários. A entrega de novas UBS e a ampliação da rede de urgência e emergência são importantes, mas é fundamental também investir na capacitação e valorização dos profissionais de saúde. Além disso, é preciso aprimorar os processos de fiscalização e monitoramento das unidades geridas por OSS para garantir um serviço eficiente e de qualidade. O subfinanciamento do SUS também deve ser enfrentado, já que a falta de recursos afeta diretamente a oferta de um bom atendimento aos usuários.

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