Lucas Martini, sócio do Bar Democrático, explica que o critério para participar do projeto é abrir espaço para mulheres que não são chefes de cozinha profissionais, para que elas possam se sentir empoderadas. Além de fornecer insumos, espaço e assistentes, o bar também repassa 10% do valor arrecadado com as vendas para a cozinheira.
Maria Emília foi escolhida para ser a primeira chef do projeto devido ao seu tempero excelente e sua história com a cozinha. Ela conta que começou a cozinhar aos 13 anos, quando trabalhava em uma república em Barretos, interior de São Paulo. As meninas que moravam na república pediram para que ela fizesse bife à milanesa, e Maria Emília não tinha ideia de como preparar o prato. Porém, ela encontrou um livro de receitas na casa e aprendeu a fazer a carne empanada. Esse foi o início de sua carreira na cozinha, onde ela também aprendeu a preparar outros pratos deliciosos como carne de panela, carne assada, bife a rolê e lombo.
O projeto Cozinha pra Gente continua a todo vapor no Bar Democrático. Neste domingo (15), a convidada será Estella Stumpfs, uma argentina que mora no Brasil há 40 anos e aprendeu com a mãe a fazer empanadas fritas. No cardápio, serão servidas empanadas de carne ou espinafre com queijo, além de panqueca com doce de leite. Já no dia 29 de outubro, Érika Andrade levará ao bar a comida ancestral com pratos como tutu de Preto-Velho, acarajé de Iansã e canjica de Oxalá.
O objetivo do projeto não é avaliar talentos culinários, mas sim permitir que as cozinheiras se expressem livremente e mostrem em sua comida tudo aquilo que já viveram. O Bar Democrático promove o Cozinha pra Gente como forma de valorizar e dar visibilidade às mulheres que têm talento na cozinha, mesmo que não sejam chefes profissionais. A ideia é proporcionar autoestima e acolhimento para essas mulheres que, muitas vezes, estão escondidas por aí, como Maria Emília mesma ressaltou.