O presidente Jair Bolsonaro, conhecido por seu afã sionista para agradar sua base evangélica, tem encontrado críticas em relação a sua postura pró-Israel. Enquanto Bolsonaro buscava fortalecer os laços com Israel, o Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, sempre teve uma simpatia histórica pela causa palestina. Lula expressou choque com os ataques contra Israel e defendeu o Estado palestino, afirmando que o Brasil fará o possível para evitar a escalada do conflito.
É curioso observar o respaldo dos evangélicos a uma religião que não reconhece Jesus Cristo como seu messias soberano. No entanto, essa postura pode ser entendida quando analisamos o contexto histórico. Antigamente, os protestantes não davam muita importância para Jerusalém, deixando o lugar ser foco de disputa entre judeus, católicos e muçulmanos. No entanto, a partir do século 20, com a popularização de teologias que interpretam de forma literal as profecias bíblicas relacionadas ao Apocalipse e à volta de Jesus, houve uma mudança nesse posicionamento.
O renascimento do Estado de Israel após o Holocausto, em 1948, foi visto por muitos grupos evangélicos como um sinal do cumprimento profético e do retorno iminente de Jesus. No entanto, essa visão também implica na conversão dos judeus ao cristianismo. A ênfase no simbolismo judaico não se restringe apenas às igrejas evangélicas brasileiras, como a Renascer em Cristo e a Igreja Universal do Reino de Deus, mas também tem influência nos Estados Unidos, como mostram pesquisas que revelam a importância da posição de um candidato sobre Israel para a maioria dos evangélicos republicanos.
É importante ressaltar que o apoio evangélico a Israel também tem tido consequências políticas, como as pressões para a mudança da embaixada dos países para Jerusalém. Donald Trump, por exemplo, determinou essa mudança em 2017, e até hoje o embaixador americano segue em Jerusalém. Bolsonaro tentou seguir os passos de Trump, mas o plano não foi adiante no Brasil.
Diante de todo esse contexto, é possível perceber o quanto a questão de Israel se tornou relevante para os evangélicos, não apenas no Brasil, mas também em outros países. Os laços estreitados entre religião e política têm criado uma nova dinâmica internacional, marcada por conflitos, apoios e pressões relacionados ao conflito israelense-palestino.