O vereador Hélio Rodrigues (PT), que propôs a discussão, ressaltou a importância de se mitigar os danos causados pelo desenvolvimento urbano à população mais carente da cidade. Ele destacou que as mudanças climáticas já são uma realidade e que é necessário discutir soluções com especialistas das universidades.
Durante a audiência, foram apresentadas diferentes perspectivas sobre o tema. O professor Victor Fernandez Nascimento, da UFABC, falou sobre as mudanças climáticas e a influência da verticalização na temperatura da cidade. Ele ressaltou a importância de aumentar a arborização e a cobertura vegetal para reduzir os impactos.
Gisele Brito, do Instituto de Referência Negra Peregum, destacou que a revisão do PDE apenas agravou os problemas relacionados ao racismo ambiental na cidade. Ela ressaltou a importância de se buscar justiça climática, que leve em consideração as populações mais vulneráveis.
O arquiteto e urbanista Anderson Kazuo Nakano, da Unifesp, alertou para a necessidade de políticas públicas efetivas e de curto prazo para lidar com os problemas ambientais. Ele destacou a importância de se respeitar os ciclos da natureza no planejamento urbano.
Margareth Matiko Uemura, do Instituto Pólis, ressaltou que 34% das ocorrências de alagamentos e deslizamentos na cidade ocorrem em áreas de interesse social, o que reforça a necessidade de políticas públicas que considerem os aspectos ambientais e climáticos.
Paulo Somlanyi Romeiro, do IBDU, destacou o impacto do direito nas desigualdades sociais presentes no planejamento urbano. Ele ressaltou a importância de se pensar em uma cidade que seja antirracista e sustentável.
Julia Moretti, pesquisadora da FAUUSP, propôs repensar o processo de ocupação da cidade durante a discussão da Lei de Zoneamento na Câmara. Ela ressaltou a importância de valorizar o espaço construído e promover uma governança comunitária que leve em consideração as necessidades das populações locais.
André Previato, da Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas da Prefeitura Municipal de São Paulo, destacou o papel da Câmara na discussão do zoneamento e na proteção do meio ambiente da cidade.
A participação popular também foi destacada na audiência. Representantes da Rede Ambiental do Butantan, do Sindicato dos Químicos de São Paulo e líderes sociais fizeram questionamentos e manifestaram suas opiniões.
No geral, a audiência pública serviu como um espaço importante de debate e reflexão sobre os impactos ambientais do desenvolvimento urbano. Ficou claro que é necessário atuar de forma efetiva para enfrentar os desafios causados pelas mudanças climáticas, buscando soluções inclusivas e sustentáveis. A discussão permitiu que diferentes vozes fossem ouvidas, trazendo perspectivas e propostas diversas para o enfrentamento desses desafios.