Gordura no fígado: Estudo revela alto risco de diabetes tipo 2 em pessoas acima de 35 anos no Brasil

A esteatose hepática, caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, tem se tornado cada vez mais comum nos consultórios médicos. Geralmente, o diagnóstico é feito durante um check-up ou exames de rotina, levando o paciente a descobrir essa condição. A obesidade é a principal causa da doença, porém outros fatores como consumo excessivo de álcool, hepatites, exposição a produtos químicos tóxicos e uso de anabolizantes também podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado.

Nos países industrializados ocidentais, a esteatose hepática já é considerada a doença do fígado mais comum. A prevalência mundial chega a até 35%, sendo mais frequente em pessoas acima dos 40 anos. No Brasil, estima-se que um terço das pessoas com mais de 35 anos apresente gordura no fígado, o que aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Nos casos mais graves de esteatose, a doença pode evoluir para uma inflamação do fígado chamada esteatohepatite não alcoólica, também conhecida como doença hepática gordurosa metabólica. Segundo o endocrinologista Domingos Malerbi, do Hospital Albert Einstein, essa doença faz parte da síndrome metabólica, que engloba também a obesidade e o diabetes tipo 2. Todos esses problemas de saúde compartilham fatores de risco semelhantes, como sedentarismo e hábitos alimentares pouco saudáveis.

A esteatohepatite pode progredir para fibrose, cirrose e até mesmo para a formação de tumores malignos no fígado. Por isso, é importante fazer o diagnóstico precoce da doença. Os exames de sangue são utilizados para medir os níveis das enzimas hepáticas, enquanto a ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia são utilizadas para avaliar possíveis alterações no fígado. Em alguns casos, a confirmação do diagnóstico de esteatohepatite requer biópsia.

O tratamento para a esteatose hepática consiste em adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos. Nos casos mais graves, em que há a necessidade de tratar a esteatohepatite associada, medicamentos podem ser utilizados. Estudos recentes têm mostrado a eficácia de alguns medicamentos, além do desenvolvimento de produtos biológicos que atuam como inibidores de inflamação. Em casos de obesidade grave, a cirurgia bariátrica pode ser indicada, e em casos mais graves com cirrose descompensada, o transplante de fígado é uma possibilidade.

A prevenção da esteatose hepática envolve mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida. É importante evitar o consumo excessivo de álcool, manter uma dieta saudável, manter o peso adequado e praticar atividade física regularmente. Estudos mostram que a perda de apenas 5% do peso já pode levar à regressão da esteatose hepática. Para reduzir a esteatohepatite ou a fibrose, é necessário perder de 7% a 10% do peso. Além disso, a perda de peso também reduz os riscos de desenvolver diabetes e outros problemas de saúde.

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