Brigas de rua em Pernambuco preocupam autoridades e levantam questões sobre segurança e participação de adolescentes

Os combates clandestinos estão se tornando cada vez mais populares nas mídias sociais. Os vídeos de brigas de rua, como são conhecidos, estão ganhando destaque, principalmente em plataformas de vídeos curtos. Um desses eventos, chamado de “UFC Sucupira”, tem se destacado com dezenas de vídeos publicados. As lutas ocorrem em uma área descampada na periferia de Arcoverde, em Pernambuco.

O evento, que acontece em uma cidade com cerca de 77,6 mil habitantes, chamou a atenção das autoridades locais. A prefeitura, o Conselho Tutelar, o Ministério Público e as polícias Civil e Militar estão investigando as lutas. Suspeita-se que adolescentes estejam envolvidos e que apostas sejam realizadas durante os confrontos.

A fiscalização dos combates começou depois que o secretário de Esportes, Thiago Santana, presenciou uma das lutas. Ele se mostrou indignado com a prática e afirmou que é abominável incentivar o esporte de forma perigosa e sem nenhum princípio desportivo. A prefeitura também se pronunciou sobre o caso, afirmando que apoia o esporte, desde que seja praticado de forma segura e responsável.

O Conselho Tutelar enviou um documento ao promotor Michel Campelo, do Ministério Público, mencionando a possível participação de adolescentes nas brigas. O órgão afirmou que, após receber denúncias, emitiu uma recomendação à Polícia Militar para realizar rondas nos locais indicados.

A Polícia Civil informou estar ciente do caso e que as investigações estão em andamento. Além disso, um vereador da oposição, o médico Rodrigo Roa, tem se mostrado a favor da regularização do evento, desde que haja a presença de profissionais de saúde e apoio municipal. Roa ressaltou que o objetivo é garantir a segurança e a integridade física dos participantes.

Um neurologista da UFPE alertou para os riscos à saúde dos envolvidos nas brigas de rua. Segundo ele, os golpes podem causar problemas como tonturas, pensamento lento, perda de consciência, fraturas nos ossos do crânio e lesões cerebrais. A longo prazo, esses microtraumatismos podem levar a disfunções cerebrais e até a quadros demenciais.

Os funcionários do Cref-PE também cobram medidas contra as lutas de rua. Eles defendem a prática de exercícios físicos orientados por profissionais, visando estimular hábitos saudáveis e a prática de esportes com segurança.

Em resumo, as brigas de rua estão chamando a atenção das autoridades e da sociedade em geral. É necessário que medidas sejam tomadas para garantir a segurança dos participantes e desestimular essa prática perigosa.

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