Campos Neto destacou que a política macroeconômica brasileira se baseia em câmbio flutuante, metas de inflação e controle fiscal, e a perda de controle em um desses componentes afeta os demais. Ele enfatizou que é uma decisão acertada do governo persistir na meta, mesmo diante das dificuldades e buscar outras formas para alcançá-la, além das propostas inicialmente apresentadas.
O presidente do BC ressaltou que o governo precisa arrecadar bastante para atingir as metas traçadas. De acordo com suas projeções, será necessário um ganho adicional de receitas de 1,4% do PIB em 2024, 1,5% do PIB em 2025 e 1,7% do PIB em 2026. Ele destacou que, embora a meta possa ser difícil de ser alcançada, desistir dela logo no primeiro teste seria um indicativo de falta de seriedade fiscal e poderia desorganizar os preços de mercado. Para Campos Neto, ancorar a política monetária sem uma sustentação fiscal pode ser custoso.
A nova regra fiscal estabelecida pelo governo visa atingir um déficit primário zero em 2024. No entanto, para alcançar esse objetivo, será necessário um esforço significativo de ajuste fiscal e a aprovação de medidas pelo Congresso para aumentar a arrecadação. Esse cenário tem gerado questionamentos por parte dos analistas de mercado.
Durante a apresentação, Campos Neto também afirmou que o mercado tem errado consistentemente as previsões de crescimento da atividade econômica no país, o que pode indicar uma elevação do crescimento estrutural. Além disso, ele destacou que as expectativas de inflação no Brasil ainda estão acima da meta e que ainda há trabalho a ser feito nesse sentido.
O presidente do BC também informou que a inflação de serviços começou a desacelerar e que os últimos indicadores nessa área têm sido um pouco melhores, mas destacou que o acompanhamento continuará sendo feito.