Essa aprovação é vista por alguns como uma conquista para aqueles que defendem a limitação das demarcações de terras. Para eles, o marco temporal é uma forma de garantir a segurança jurídica, impedindo que áreas já consolidadas sejam contestadas e desocupadas. Alegam também que o marco temporal irá contribuir para o desenvolvimento do país, possibilitando o uso dessas áreas para projetos de infraestrutura e exploração econômica.
No entanto, essa medida é duramente criticada por organizações indígenas e defensores dos direitos humanos. Eles argumentam que o marco temporal é uma forma de legalizar a violação dos direitos dos povos indígenas. Alegam que muitas comunidades indígenas foram expulsas de suas terras antes da promulgação da Constituição e que, portanto, não poderiam ser beneficiadas por essa medida.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), cerca de 155 processos de demarcação de terras indígenas estão em andamento no país. Essas áreas são essenciais para a preservação da cultura, dos modos de vida e da sobrevivência dessas comunidades. Além disso, as terras indígenas têm um papel fundamental na proteção do meio ambiente, uma vez que essas comunidades têm um conhecimento ancestral sobre a natureza e sua relação com o equilíbrio ecológico.
A votação do marco temporal foi cercada de polêmicas e mobilizou diversos setores da sociedade. Organizações indígenas e movimentos sociais realizaram protestos em todo o país, exigindo a rejeição desse projeto. No entanto, a pressão política e os interesses econômicos prevaleceram, resultando na aprovação desse marco temporal.
Agora, cabe ao presidente da República sancionar ou vetar o projeto. O posicionamento do presidente em relação aos povos indígenas tem sido alvo de críticas, especialmente devido às políticas ambientais adotadas por seu governo. Resta saber qual será a decisão final e como isso irá impactar os povos indígenas e o meio ambiente no Brasil.