A faixa azul, que não está prevista no Código Nacional de Trânsito e está em fase de testes, é uma das principais iniciativas da gestão do prefeito Ricardo Nunes em relação à redução de mortes de motociclistas no trânsito. A meta é ampliar a faixa azul em 200 quilômetros, considerando que atualmente há cerca de 14,5 quilômetros já implementados.
Caso todas as autorizações sejam cumpridas, o número de avenidas com a sinalização experimental passará de 2 para 16. A renovação das autorizações ocorre após a prefeitura perder o prazo para instalação das faixas em quatro importantes avenidas da cidade. O pedido de ampliação do prazo ficou mais de um mês em análise na Senatran.
O anúncio das novas faixas azuis foi feito em um evento com o prefeito Ricardo Nunes e o ministro dos Transportes, Renan Filho, em São Paulo. A faixa exclusiva, que até então era concentrada na zona sul, será autorizada em todas as regiões da cidade. A autorização terá validade de um ano.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) terá que cumprir algumas exigências da Senatran para a implementação das faixas azuis. Uma delas é a largura mínima das faixas, que varia de acordo com o limite de velocidade das vias. Além disso, a CET deverá enviar relatórios trimestrais sobre o uso das vias, incluindo informações sobre acidentes, feridos, mortos e volume médio de veículos.
Ao final de um ano, a CET deverá apresentar um documento com análises e conclusões sobre a experiência. Caso as exigências não sejam cumpridas, a Senatran poderá não renovar as autorizações ou até mesmo revogá-las.
A expansão das faixas azuis em São Paulo será acompanhada de perto pela Senatran, que pretende testar a viabilidade dessa iniciativa em outros municípios. O órgão federal já recebeu pedidos de outras cidades para a instalação das faixas, e Santo André, na região metropolitana de São Paulo, pode ser a próxima a receber a modalidade.
De acordo com os dados da prefeitura, as faixas azuis experimentais continuam sem registrar mortes, um ano e nove meses após o início da experiência. Antes da implantação, um total de 39 pessoas morreram em acidentes envolvendo motos nos trechos atualmente com a sinalização.
Em 2022, o número de mortes envolvendo motocicletas bateu recorde na cidade. A expansão do projeto para mais 200 quilômetros foi inserida na revisão do Programa de Metas, mesmo sem a autorização necessária da Senatran.
Após a perda do prazo para a instalação de seis quilômetros de faixa azul, o presidente da CET foi demitido. A prefeitura estima que há 1,3 milhão de motos em circulação na cidade, e custa R$ 150 mil por quilômetro para instalar a faixa azul, considerando apenas a mudança na sinalização.