Ex-assessora de Marielle Franco acreditava que vereadora estava viva após disparos contra o carro

No Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a jornalista Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco, prestou depoimento nesta quarta-feira (30), durante o julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os autores do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes.

Fernanda foi a primeira testemunha a depor e relatou os momentos que antecederam e sucederam o crime. Ela estava no carro alvo dos disparos que vitimaram Marielle e Anderson, e afirmou que acreditava que a vereadora ainda estava viva, desmaiada, após os disparos.

Segundo o relato da jornalista, ela saiu ilesa do ataque e pensava que Marielle poderia estar desmaiada dentro do veículo. Fernanda mencionou que Marielle não costumava sentar no banco de trás do carro, o que acabou sendo determinante para que os tiros atingissem também Anderson, que estava ao volante.

Durante o depoimento, Fernanda descreveu a sensação de ter passado por um confronto e a angústia de ter sido impedida de participar dos ritos de despedida da amiga. Ela destacou que Marielle não se sentia ameaçada e tinha um olhar cuidadoso para os colegas do partido que sofriam perseguições.

Os réus, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, confessaram o crime e firmaram acordo de delação. O Ministério Público do Rio de Janeiro pedirá a pena máxima para os acusados, que pode chegar a 84 anos de prisão. Também há outros acusados no processo, incluindo os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, apontados como mandantes na delação de Lessa.

O depoimento de Fernanda é parte de um processo complexo e doloroso, que busca trazer justiça para o caso do brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. A jornalista ressaltou a importância de manter viva a memória de Marielle e a luta pela justiça, mesmo diante das tentativas de silenciar essa voz. O julgamento segue em andamento e ainda há outras testemunhas a serem ouvidas, na busca por esclarecer todos os detalhes desse crime que chocou não apenas o Brasil, mas o mundo.

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