Essa redução na produtividade tem preocupado entidades do setor, como a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Biotecnologia (UNICA), que destacou o adiantamento da colheita em diversos estados. Neste ano, 12 unidades finalizaram a moagem até a segunda quinzena de outubro, em comparação com apenas quatro usinas que haviam concluído o processo no mesmo período da safra anterior.
Apesar do cenário desafiador, houve um discreto ganho na qualidade da matéria-prima, medido através do Açúcar Total Recuperável (ATR). A safra de 2024 registrou 136,71 kg de ATR por tonelada de cana colhida, com uma melhoria ainda mais acentuada entre os associados da UNICA, que atingiram 160,30 kg de ATR por tonelada este ano, contra 149,84 kg na safra anterior.
Segundo especialistas consultados, o aumento na moagem está relacionado ao adiantamento na colheita, uma estratégia adotada para evitar perdas maiores na produtividade. No entanto, o pesquisador Maximiliano Salles Scarpari alerta para a possibilidade de uma segunda safra afetada devido às condições climáticas adversas.
Para amenizar os impactos da seca na produção de cana-de-açúcar, são recomendadas técnicas como a irrigação de salvamento e a irrigação deficitária. Essas estratégias, se adotadas de forma criteriosa, podem contribuir para minimizar as perdas e garantir uma produção mais sustentável no setor.
Diante desse cenário desafiador, é essencial que os produtores busquem alternativas inovadoras e sustentáveis, além de contar com o apoio de políticas públicas e linhas de financiamento que estimulem o investimento em tecnologias mais eficientes. A busca por soluções que garantam a segurança alimentar e a produção de biocombustíveis de forma sustentável é fundamental para o setor sucroenergético enfrentar os desafios atuais e futuros.