Especialista em crime organizado e estudioso de máfias, o procurador desmistificou diversas teses sem sustentação, como a equiparação entre o PCC e a máfia siciliana, a suposta rede de postos de combustíveis pertencentes à facção e o planejamento de criminosos ligados a Marco Camacho, o Marcola, de se infiltrarem na política. Christino também questionou a divulgação de números exorbitantes sobre o volume de dinheiro movimentado pelo grupo, destacando a falta de embasamento dessas informações.
Durante sua exposição, Christino ressaltou a fragilidade das afirmações feitas por membros do Ministério Público de que o PCC poderia se tornar no Brasil algo semelhante à Cosa Nostra na Itália. Ele enfatizou que o PCC não possui as mesmas características e histórico que possibilitaram à máfia siciliana infiltrar-se no estado italiano.
O procurador enfatizou que o PCC não possui condições de atacar o estado brasileiro ou se inserir na política de maneira tão profunda quanto a Cosa Nostra fez na Itália. Ele destacou a consolidação do estado brasileiro e suas instituições como elementos que impedem a atuação do crime organizado de forma tão abrangente.
Ao final de sua apresentação, Christino desafiou a veracidade de algumas notícias veiculadas pela imprensa, como a suposta participação do PCC em uma rede de postos de combustíveis e refinarias, e a influência do crime organizado em situações pouco plausíveis, como fraudes em máquinas de pegar bichinho de pelúcia.
A exposição do procurador trouxe à tona questionamentos importantes sobre a forma como as informações relacionadas ao PCC são divulgadas e repercutidas, alertando para a necessidade de um embasamento mais sólido e criterioso por parte da imprensa e das autoridades. Christino destacou a importância de combater o sensacionalismo e a especulação no tratamento de temas sensíveis como o crime organizado, visando evitar a disseminação de medo e inverdades na sociedade.