Decisão do STF sobre Dirceu representa “retrocesso” no combate à corrupção, critica senador Sergio Moro em pronunciamento no Plenário

Em um pronunciamento contundente no Plenário do Senado nesta terça-feira (29), o senador Sergio Moro, representante da União pelo estado do Paraná, criticou veemente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações judiciais do ex-ministro e deputado federal Jose Dirceu. Para Moro, essa medida representa um retrocesso no combate à corrupção e na busca pela justiça no país.

Dirceu, que havia sido condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, teve suas penas anuladas após sua defesa solicitar a extensão dos efeitos de uma decisão do STF de 2021 que considerou o juiz Sergio Moro suspeito. O senador destacou o envolvimento de Dirceu no escândalo do mensalão, ocorrido em 2005, no qual o ex-ministro foi identificado como um dos mentores do esquema de corrupção que visava comprar votos de parlamentares em troca de apoio político ao governo da época.

Moro fez questão de ressaltar que as sentenças da Lava Jato contra Dirceu foram confirmadas em instâncias superiores, como o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além disso, o ex-juiz criticou o fato de que a decisão do STF foi tomada de forma monocrática pelo ministro Gilmar Mendes, o que, na sua opinião, fragiliza a credibilidade do Poder Judiciário ao distorcer os fatos para anular condenações.

“O que estamos vendo é um cenário em que decisões monocráticas estão anulando condenações, mesmo contra o parecer do procurador-geral da República. Estamos permitindo que até mesmo aqueles identificados como mentores de grandes esquemas de corrupção se beneficiem dessa brecha na justiça”, afirmou o senador.

Diante desses acontecimentos, Moro questionou o futuro da integridade e da honestidade no Brasil, alertando para os perigos de se abandonar a busca pela verdade e pelo fim da impunidade. O debate sobre a decisão do STF promete continuar ecoando nos corredores do Congresso e da sociedade civil, em um momento crucial para a luta contra a corrupção no país.

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