Após se separar do marido em 1995, Iracema teria direito às propriedades, mas o processo de regularização das terras foi deixado de lado pela família em 2002. Vinte anos depois, a questão foi retomada com a ajuda de novos advogados, e a aposentada agora reivindica as terras, juntamente com seus quatro filhos.
O sobrinho de Iracema, Samuel Machado Guimarães, explicou que a intenção da aposentada é receber apenas as áreas desocupadas da Vila de Jericoacoara, sem prejudicar os moradores locais ou comerciantes. Um acordo foi firmado entre Iracema e o Governo do Ceará, no qual 49 mil metros quadrados serão cedidos a ela pelo estado, como parte do processo de regularização das terras.
Apesar de viver reclusa em Fortaleza, Iracema tem se empenhado em apresentar a escritura de posse das terras e negociar um acordo extrajudicial com as autoridades. A Procuradoria-Geral do Estado reconheceu a validade da escritura, mas questões burocráticas ainda impedem a implementação prática do acordo.
No entanto, o caso tem gerado controvérsias, com moradores da vila solicitando investigação do Ministério Público do Ceará e o prefeito de Jijoca de Jericoacoara se opondo ao acordo. O Conselho Comunitário de Jericoacoara levanta dúvidas sobre a validade dos documentos apresentados por Iracema, sugerindo que uma indenização seria mais adequada do que ceder terras.
Enquanto as negociações continuam, a expectativa é que nos próximos meses a situação seja resolvida e as terras sejam regularizadas, respeitando os interesses tanto da aposentada quanto da comunidade local.