Ex-policial nega fornecimento de arma usada no assassinato de Marielle Franco em depoimento no STF no Rio de Janeiro

O ex-policial militar Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, protagonizou um momento tenso nesta sexta-feira (25) ao negar veementemente ter fornecido a arma utilizada no brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, no Rio de Janeiro.

Em depoimento prestado no Supremo Tribunal Federal (STF), onde figura como réu em uma ação penal relacionada ao caso, Robson foi categórico ao afirmar que nunca teve contato com o ex-policial Ronnie Lessa, responsável pelos disparos que vitimaram Marielle. Lessa havia acusado Calixto de ter entregue a arma do crime a ele, mas o ex-policial militar defendeu-se, questionando o motivo de um assassino experiente como Lessa precisar de sua ajuda para obter uma arma.

Alegando inocência, Robson Calixto também aproveitou o momento para enfatizar que não possui qualquer ligação com grupos de milicianos ou práticas ilegais relacionadas à grilagem de terras, destacando-se como um trabalhador exemplar ao longo de sua vida.

O depoimento de Calixto foi interrompido por volta das 19 horas e será retomado na próxima terça-feira (29), sob a supervisão do desembargador Airton Vieira, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso Marielle.

Além de Robson Calixto, outros nomes importantes estão envolvidos no processo criminal relacionado ao assassinato de Marielle Franco, como os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa, encontrando-se detidos por determinação do ministro Moraes.

Segundo as investigações conduzidas pela Polícia Federal, o assassinato de Marielle está intimamente ligado à postura contrária da parlamentar em relação aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, cujas atividades estão relacionadas a questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro.

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